quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que se espera de uma nação
Que o herói é a televisão
Que passa todos os seus meses mal
Melhora tudo no Carnaval

Dá pra brincar, dá pra comemorar
Só não se sabe muito bem por que
Entrou de cara na realidade
Na quarta feira que eu quero ver

Na quarta feira é a volta pra realidade que arde
Acaba a comemoração apaga a televisão pra não gastar a eletricidade
Como na Cinderela carruagem volta a ser abóbora
E na favela o carro alegórico some
E volta às sobras: sobra de feira, sobre de terra, sobra de chão
Sobre de lama, sobra de bala perdida, sobra de comida
Pra mucama, mucama que nada exclama, que não reclama, que não se inflama
Só basta ter novela, põe na tela todo mundo ama
Todo mundo mas na vida real todo mundo se odeia
E ódio gera ódio, um sobe no pódio, outro serve a ceia
Ceia do natal, tem Xuxa no carnaval
Mucama deitada na cama beijinho beijinho pau pau. Tchau!
Eu só vou te usar, você não é nada pra mim
Já temos outra pra colocar no seu lugar - Pirlimpimpim!
Abracadabra, é como mágica, mas não é abra-te Sésamo
Porque aqui as portas só se fecham
Bum! É menos uma oportunidade
Não é só a quarta feira que é de cinzas, na verdade é a semana inteira
Quinta, sexta, sábado, domingo e segunda
E o povo mucama continua sorrindo levando nas coxas, levando na bunda
Mas não faz mal, porque depois melhora tudo, no carnaval!

(Mucama - Cidade Negra)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A democracia do engarrafamento

Quando nós viajávamos de ônibus, ou seja, até dezembro de 2009, eu já havia observado a infindável quantidade de carros que inundam as nossas ruas e estradas. Na véspera da virada de 2008 para 2009, levamos 3h para percorrer os 100km da Freeway.
Eis que esse ano adquirimos um carro - como já havia comentado anteriormente - e pude comprovar na pele, tostada pelo sol, que está ficando impossível sair de Porto Alegre sem pegar horas e horas de trânsito lento e congestionamentos. Um mar de tetos refletindo o sol escaldante do verão de Porto Alegre.
Mas uma coisa podemos dizer do congestionamento: ele é democrático. Fiat 147, ônibus, caminhão, fusca, carro 1000, com tração nas 4 ou sem... todos parados! Sempre tem um babaca para ir pelo acostamento, mas ele nunca vai muito longe, volta para massa de tartarugas ensolaradas. Alguns tem ar condicionado, mas com o preço do combustível, em dado momento, unem-se às tantas janelas escancaradas.
Diz um velho ditado, do tempo em que ele nem era necessário: ou aumentam-se as avenidas, ou diminuem-se os carros. E use filtro solar!