Clichê.
Sim,
Gramado sempre soou aos meus ouvidos como um passeio repetido, algo que se
fazia quando não havia nada melhor. Comida repetida, sabe?
As
experiências de infância não traziam nada demais a minha mente, era um lugar
feito de coisas caras, com casas bonitas, bem verdade, mas que para qualquer
diversão diferente pagava-se. Não era interessante, provavelmente por nunca ter
participado muito desse mundo bem pago.
Pois
bem, aqui estamos. Gramado, Rio Grande do Sul, Brazil! Nossa cidade exportação,
Natal, Páscoa, Festival de Cinema e inverno para nem todos.
Vi um
filme, certa vez, que falava que sabemos se um restaurante é bom pelo seu
banheiro. O que dizer, então, de uma cidade que tem um banheiro público -
gratuito - mais limpo que os dos shoppings da minha cidade?
Hotéis
e mais hotéis, pousadas, albergue, restaurantes, mirantes, parques. E
organização. E limpeza. E boa educação! De todos, desde a recepção do hotel até
a criança que brinca na praça. Automática, cultural, intrínseca. Nem sempre vai
ser preciso pedir informações, com sorte alguém pode ouvir enquanto caminha na
rua e responder, antes mesmo que você pergunte.
Não é
um lugar para economia, tampouco para achar grandes promoções. Turismo
diferenciado, preços diferenciados. Requer tempo e algum dinheiro; muito ou nem
tanto, depende onde irá dormir, comer ou passear.
Ainda
não conheço - mesmo que, provavelmente, haja - alguém que tenha reclamações
sobre o atendimento, a estrutura ou outras características turísticas do nosso
pedacinho da Europa. Este é o ganha-pão da cidade, muito levado a sério e bem
feito, para deixar aquele gostinho de quero mais.
Fico
pensando se pelo mundo afora as cidades turísticas são assim. O caso é que
Gramado sabe ser única e especial, dá vontade não só de voltar, mas de ficar!
É
clichê. É a lua de mel, o passeio de formatura, a excursão dos professores. É o
nosso pedaço do Rio Grande mais globalizado (aí está o Parque Gaúcho, com a sua
tradução do que é um vazio, que não me deixa mentir), mais teatral e mais
internacional.
Só é
assim porque nos convida a voltar.
Gostei
de ser clichê.