sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma mãe na roda!

Sempre fui, para o desespero da minha matriarca, uma pessoa bem independente, até um bocado individualista. Primeiro dia de aula no colégio olhei para ela e disse "tá, mãe, pode ir!"; durante a faculdade me virava com os meus estágios; saí de casa numa manhã de Carnaval, ali pelas 5h30, numa manhã de plantão... coisas desse tipo.
A Helena nasceu e continuei me virando bem. Não quis ninguém aqui nos primeiros dias da nossa nova família (e ainda bem que não precisei, porque as duas avós fumantes ficaram gripadas, de tanto entrar e sair do hospital), minha mama italiana ficou magoada, mas depois relevou. E assim segui a minha vidinha, me virando, com a ajuda do maridão, claro.
Um dia chega a hora de voltar ao trabalho, e aí a coisa muda de figura... Pedagogas que me perdoem, mas não gosto nem um pouco de escolinhas (algumas ainda são "semi-creches", como eram chamados aqueles "depósitos de crianças" na França dos antigamentes, como me informou minha comadre), e fiquei muito aliviada quando a minha mãe se ofereceu para ficar com o nosso tesooooouro todas as tardes. Ah, sim, esqueci de esclarecer, não gosto de escolinhas para crianças menores de 1 ano, para reduzir as controvérsias =)
Mama virou a Super Nona! Dizem que avó é mãe duas vezes, e é assim que tem sido. Cuida da Helena e do resto da família, e ainda inventa, como agora, mil e uma maneiras para facilitar a vida da gente. Tudo com muito amor, carinho e prazer em ajudar. Um pouco de dependência não faz mal a ninguém!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Não surtei, nem fui internada...rs...
Só estou me organizando ainda. A semana foi tão atribulada que nem idéias pra escrever tive, mas, voltaremos!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Nando Reis

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Me adaptar!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Primeiro dia de volta para casa

Hoje acordei na segunda-feira mais segunda-feira dos últimos 5 meses e meio. Primeiro dia de trabalho da minha nova vida.
Achei que estaria mais nervosa, chorando pelos cantos, grudada na minha filha a manhã inteira, mas até que não. Criança tem sexto sentido, logo Helena acordou umas 2h mais cedo que o de costume, quase acaba com o meu cronograma. O leite que ia para o freezer foi para a bebê, meu banho foi com ela resmungandinho no chiqueiro, depois teve mais um mamá - que nos meus planos, como de rotina, seria o primeiro -, arrumada na sobrancelha correndo, almoço, higiene e fui! Sim, claro, dei um amasso de tchau, várias orientações para a minha mãe e várias explicações para a Helena dos porquês da minha ausência.
Parada do coletivo, ônibus que não vem, musica no MP3... tudo muito normal, até eu ter que pegar o dinheiro da passagem e dar de cara com a foto da minha princesa sorridente, esticada no chão, parecendo um picolé - o mais delicioso dos picolés - de creme. Que dorzinha mais doída, fininha, no fundo do coração, talvez num dos poucos espaços não ocupados por ela.
Trabalhei (meio perdida, mas trabalhei), dei muitos "ois", respondi muitas vezes como estava a bebê, ouvi vários elogios (sempre bem-vindos), bati meu cartão, enfrentei o trânsito e o sistema de transporte coletivo e, 50minutos depois, estava em casa.
Entrei em casa querendo sorrisos e gritinhos, mas encontrei um bebê mais sério que o de costume. Comigo, só comigo. Quando eu vi já eram quase 22h, o neném já estava com sono, foi pro banho, mamou e dormiu. Ficou o vazio de uma tarde, que não foi preenchido por uma noite tão curta. E assim serão os próximos muitos anos, mas a gente deve se acostumar.
Trabalhar a tarde inteira é fácil. Difícil é voltar pra casa.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"Esse é só o começo do fim da nossa vida"

Esta semana foi um tanto estranha para mim, sentimentos muito novos, não por isso ruins ou bons. Como disse um amigo com quem eu conversava, bem vinda à vida real! Sim, uma Nova Amélia prestes a chegar no seu apogeu.
Hoje, na realidade, minha licença maternidade/prorrogação da licença/resíduo de férias, já chegou ao fim, deveria estar trabalhando. Mas, como ninguém merece voltar ao trabalho numa sexta-feira 13 (e minha filha tinha pediatra), o dia "T" ficou para segunda. Aí não tem jeito, é o fim da minha carreira de mãeesposadonadecasa full time.
Não acho de todo ruim voltar ao trabalho. Gosto do que faço, acho que sou uma boa profissional, sinto falta de todo agito do CO (Centro Obstétrico, daqui para frente), de conversar com as pessoas que trabalham lá, com as pacientes, etc. Isso, claro, não me faz esquecer de todas as coisas ruins que acontecem, falta de reconhecimento, excesso de trabalho...
Enquanto eu ia fazendo algumas atividades diárias com a Helena (minha filha, e não é por causa das novelas, aquelas mulheres são muito complicadas, é pelo significado do nome), explicava que a partir da semana que vem seria diferente, que eu não estaria mais todo o tempo em casa, mas que sempre voltaria, que a vó ia dar "mamadeira de teta" pra ela, e todas essas outras coisas que ela não faz a menor ideia do que sejam. Eram todas para mim, óbvio.
O que dói é pensar que tão cedo não terei nada nem parecido com esse tempo que passei com ela - se Deus quiser, porque preciso trabalhar! -, agora serão meros fins de semana, alguns feriados, férias uma vez por ano e poucas e cansadas horas por dia. Fora isso, penso em tudo que posso perder: primeira palavra, primeiros passos, caras e caretas novas, muitas risadas. Egoísmo de mãe, fisiológico e inexplicável!
Bom, isso é parte de tudo em que venho pensando na minha derradeira ociosidade. Se me sentir capaz de outras traduções coloco aqui.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Entendendo algumas coisas...

Sempre morei na zona sul de Porto Alegre. Ficava pensando, nos poucos minutos em que ainda me encontrava acordada, dentro do ônibus, o que levava aquelas pessoas a saírem tão cedo da cama, pra caminharem a beira do Guaíba. Gente doida! Só tinha uma coisa pela qual eu saía da cama cedo, sem achar ruim: vôlei. O resto todo não fazia sentido, nada melhor que a minha cama.
Cabeça de guria de faculdade, sem filhos, estagiária...
É óbvio que uma criança muda muita coisa na vida de uma pessoa, mas algumas mudanças não tem explicação.
Acho que passei bem perto de entrar em depressão. Nenhuma vontade de sair de casa, uma pilha de calças que ainda não me servem, uma certa invisibilidade social, serviço de casa, cuidados com o bebê, a cabeça pensando em como vai ser isso tudo+trabalho... a coisa ficou ruim! Eis que a minha mãe me deu um folder de uma academia pertinho aqui de casa e o maridão deu o incentivo moral. Protelei uma ou duas semanas, ficando cada vez mais down, aí me enchi de coragem e fui...
Confesso que aparecer de barriga de fora na frente de um estranho não foi nada agradável. Ver minhas dobrinhas no espelho, enquanto faço um exercício e outro, também não é bom. Mas a sensação de bem-estar foi ótima! Ficar doloridinha, saber que ainda existem músculos, que tem gente mais nova que eu em situação bem pior (faz parte, faz parte rs...), tudo isso me deu ânimo novo!
O mais interessante disso tudo: acordo 6h30 - 7h e vou, bem feliz! Todo dia? Claro que não. Mas essa semana fui três vezes, um luxo! Vou, ouvindo minha musiquinha, fazendo as minhas séries, sendo somente a Patrícia, e não a mãe da Helena, a enfermeira do Centro Obstétrico, a mulher do Fernando. O marido disse que ia me internar, respondi que ele perdeu a oportunidade, agora estou muito bem, obrigada!
Agora eu entendo...
Mas, né, vamos lá! Tem vidro fervendo no fogão (pra armazenar leite), casa pra limpar, roupa pra estender... E o marido e a filha dormem... Momento Velhas Amélias...rs

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mulheres (1)

Vamos esclarecer algumas coisas antes de tudo: não sou professora de português e, embora adore escrever, nunca me dediquei inteiramente a aprender a exceções (é com cedilha???) e as regras - nesta ordem - da nossa língua. Então, obviamente, haverá um sem número de erros de concordância, vírgula, etc, etc, etc.
Sempre fui rodeada de mulheres, muito mais que de homens: duas irmãs, mãe, vó, cunhada, primas... Mas sempre pensei de uma forma meio masculina, muito mais prática do que as ditas colegas de sexo que me rodeavam. Não entendia o por quê de tantos "joguinhos de amor", fofquinhas. Sempre achei os guris muito mais práticos e simples de serem entendidos.
Devo ter um lado mazoquista, pois virei enfermeira. Do Centro Obstétrico. Chefio uma equipe de mulheres (agora temos um bendito fruto), que cuida de outras mulheres, no nosso momento mais maternal, literalmente. Já vi de tudo um pouco, mas sempre aparece uma novidade...
Esse ano fui mãe, e acabei por entrar em um universo onde algumas das mais irritantes características femininas se acentuam. Quem enjoa mais, quem enjoa menos, quem engorda mais, quem perde peso mais rápido, quem dorme menos de noite, quem dá de mamar mais vezes, quem recorre ao bico mais rápido, quem passa mais tempo com a mãe e/ou a sogra ajudando em casa, quem sabe o sexo do bebê mais rápido, quem teve o trabalho de parto mais prolongado, quem gritou mais, quem gritou menos, quem não gritou nada (ihh, mas e pode???), quem ficou mais tempo no soro, qual neném teve nota mais alta, quem teve mais azia, quem desmaiou no calor, quem não sentiu nada...
O difícil é decidir o que é o ideal, na opinião das queridas colegas. Se tem coisas demais na gestação, não é bom, muita incomodação. Se tem de menos, não sofreu que chega, não faz juz ao castigo que a Eva levou. Bom, o que mais me incomodou? Dor no ciático. Quando conto sou reprovada com um olhar... Isso não é coisa de grávida, é de velho...rs
Tu vê, até quando o assunto é problema a mulherada quer concorer!

É...

Bom, certamente já pensei em inúmeras coisas pra escrever, vários assuntos pra compartilhar... mas não deu tempo!!! Idéias não me faltam, mas acabei de perceber que sujei meus telefones enquanto tirava leite pra minha filha (volto a trabalhar em breve), vou ter que limpá-los...rs Isso que dá querer me divertir enquanto faço uma obrigação! =0P