sábado, 27 de março de 2010

Dear Janice Burgess...

Honestamente, não faço a menor ideia do que se passava pela cabeça desta brilhante mulher quando ela pariu aquelas cinco adoráveis criaturinhas, mas havia algo especial. Que tipo de poder paranormal aflora da TV quando os 5 seres, psicodelicamente coloridos, começam a cantarolar? Qual energia, emanada de histórias improváveis - no mais autentico estilo do mundo da imaginação - é capaz de fazer uma criança de nove meses sentar-se em seu cercado para ver TV, concentradamente, durante um episódio inteiro?
Mistério, mistério...

But I have just one thing - the most important thing at this moment - to say (by me and some others thankful mothers and fathers around the world): THANK YOU, SO MUCH, JANICE!¹ ²

O agradecimento é para a criadora dos amigos do quintal, por todas as roupas estendidas, louças lavadas, almoços quentes, banhos não adiados ou simples momentos de ócio que um bebê ocupado nos proporciona. Às favas com os teóricos que desprezam a babá do século XXI, quando bem utilizada, como neste caso, televisão pode ser de grande valia!
Sei que, muito provavelmente, Janice nunca lerá minha saudação ufânica aos seus aventureiros da Selva do Bornéu, da Festa na Caverna, da Patrulha Coletora do Espaço, do Deserto do Wyoming ou de tantos outros destinos que ainda não conheço (porque sabe como é criança, elege dois ou três prediletos, que são, incansavelmente, repetidos), mas fica aqui meu tributo a obra.
E viva os Backyardigans!

¹Tecla SAP: mas eu tenho somente uma coisa - a coisa mais importante neste momento - para dizer (por mim e por tantas outras mães e pais agradecidos ao redor do mundo): MUITO OBRIGADA, JANICE!

²Por que em inglês? Vai que ela me encontra no Google =)

domingo, 21 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um dia ainda escrevo um livro (1)

Sala de parto, paciente prestes a parir. Médico orientando trabalho de parto:
- Vamos, Fulana, força! Não para! Não para! Não para!... (música:) "Não para, não para, não para, não, não para, não para, não..."

Unidade lotada, pacientes entediadas, pondo-se a par uma da vida das outras.
- E tu, quantos tu tem? (filhos, subentenda-se)
- Esse é o meu quinto
- E tudo do mesmo pai?
- Sim... (sem entender a pergunta)
- Ah, não, mas tem que fazer que nem eu, tenho um de cada pai! Assim recebo seis pensões...

Funcionária questionava paciente que acabara de internar, para preencher folha de cadastro.
- Teu estado civil?
- Meu o quê?
- Tu é casada, solteira...?
- Sô ajuntada.
- E qual o nome do teu companheiro?
- Miro.
- Miro...?
- Miro.
- Mas Miro é apelido ou é nome? Mirosmar? E Miro de quê?
- Acho que é só Miro mesmo... é, isso, Miro. E de quê? Bom, o pai dele é da Silva... Põe Miro da Silva então!

Sala de parto, tudo preparado, neném no canal de parto, vendo os cabelinhos... Diz a mãe, até que calmamente:
- Ah, mas agora eu não quero, dá pra ser mais tarde?

Paciente falando sobre sua filha:
- Mas ela não mora contigo? (pergunto eu)
- Não, mora com a minha irmã. Já fez 26 cirurgias, mas tá viva! É que na minha família todo mundo morre do coração, é genérico.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quase discípula de São Bento

Eis que mês passado - em plena praia, feriado de carnaval - voltei a ser uma mulher completa, voltavam as minhas regras! Não estava triste por não tê-las, embora estivesse me sentindo um tanto quanto "menopáusica" sem o tormento mensal.
Bom, após um certo acidente de percurso, comecei a achar que poderia estar grávida novamente. Meu Deus, pensava eu, agora que entrei nas minhas calças 40 (e consegui ficar dentro delas sem morrer asfixiada!), tudo de novo... Sono, enjôo (não ia ser de novo, mas tenho certeza que não escaparia deles dessa vez), azia, cansaço, óleo+creme, consultas mil... Não estava preparada para essa maratona física e emocional.
O que mais me preocupava nem era isso, ficava triste por toda a atenção que deixaríamos de dar a nossa primogênita e a neném que viria, por termos duas rebentas pequeninas. Falo no feminino porque acho que terei outra menina, isso quando engravidar, o que não é o caso atualmente, só uma impressão. Ficava lembrando da minha sogra, que teve dois filhos com a diferença de 9 meses entre eles, do meu sogro perguntando quem teria bebê em 2011... Ainda pensei: me adiantei, vai nascer em novembro!
Sem suspense, fiz o teste e deu negativo. Mas voltei ao estado menopáusico. Ihhh...

terça-feira, 2 de março de 2010

Guia prático do trabalho de parto, parto e pós-parto. Para maridos.

Ano passado nasceu a nossa lindeza, essa aí da foto. Como trabalho no Centro Obstétrico, fiquei com medo de achar tudo muito natural e deixar o maridão meio perdido, até porque ele não me fazia muitas perguntas. Solução? O que sempre faço para deixar as coisas claras, escrever!
Quem leu achou interessante, então resolvi dividir com os demais pais e mães algumas informações de utilidade pública. Se querem glamour esperem o próximo parto de novela! Meu objetivo é informar, de maneira clara e objetiva, alguns pontos importantes sobre a Partolândia - e adjacências.

TRABALHO DE PARTO

- Pode demorar bastante... Na teoria: 1cm a cada 1h30, até os 4cm; após, 1cm por hora;
- Sim, acho que contração dói bastante. Tem gente que chora, gente que grita e gente que não sente quase nada (até um certo ponto). Não pretendo fazer escândalo, mas, se fizer, não te preocupa, contração não mata ninguém;¹
- Pode dar muito calor, frio, tremor, suador, enjoo, vômitos... Tudo dentro do esperado. Ah, sim, sangramento em pouca quantidade, por causa do colo dilatando;
- Analgesia (a famosa injeção nas costas, para tirar a dor) só pode ser feita a partir dos 3 ou 4cm, depende da situação. E ainda não tenho certeza se quero, sempre tem uma chance de passar um pouco para o bebê e ele nascer meio bobinho, demorar para chorar;²
- Se a bolsa não rompe antes, a médica rompe durante o trabalho de parto, para ajudar a nascer mais rápido (o bebê encaixa melhor e faz mais pressão no colo). O líquido da bolsa pode ser claro, tinto ou mecônio. Mecônio ou tinto é quando o neném faz coco, não quer dizer que precise ser cesárea, fica se ouvindo o coração do bebê para ver se está tudo bem;
- Só se vai para a sala de parto quando a dilatação estiver completa (10 cm). normalmente a médica pede para fazer força no quarto, para treinar e para o neném descer bem.

PARTO
- Bom, hora de fazer um bocado de força! A definição mais usada é "força de coco"!!! Pode ser "força aqui embaixo", "força bem comprida", "força aqui no meu dedo" (dedo esse que estará bem aí onde tu estás imaginando, na saída do túnel...rs);
- Se houver epísio (o corte), a neném pode nascer bem sujinha de sangue; quando não tem é bem menos. Pode ter uma meleca branca nela, vernix é o nome, é normal;
- Pode acontecer de eu estar muito cansada, a neném não estar na posição certa, não conseguir fazer a força direito, etc... Aí que se usa o forceps;
- A neném pode demorar um pouco para chorar, acontece às vezes (pela analgesia, se tiver mecônio, se o parto for muito demorado ou porque é um baby devagar mesmo rs...), nada que secando bem e dando uns petelecos nos pés não se resolva;
- O pai fica na cabeceira da mesa de parto. Fotografias, filmagem, tudo dali. Nada de olhar para a perereca da esposa!!!
- Tem pediatra que seca o bebê em cima da mãe, outros levam no berço e depois trazem de volta... Tem neném que mama já na sala de parto, outros só choram, uns ficam quietinhos.

PÓS-PARTO ³
- Pode dar tremor, queda de pressão... ou nada. Perde-se muito sangue, essa é a razão;
- Demora-se de 2 a 4h para poder levantar (12h, se for cesárea). Pode dar tontura e ter que voltar para a cama; se for ceareana, não tem como não doer nada; quanto mais demora-se para levantar, mais difícil é;
- O sangramento é mais forte que menstruação, ao menos nos primeiros dois ou três dias. Pode ter cólica forte (o útero tem que voltar para o lugar) e coágulos de sangue;
- Minha barriga não vai voltar para o lugar na hora, vai só ficar vazia...rs... E os peitos, lá pelo 3º ou 4º dia pós parto, aumentam um bocado!
- Os hormônios ficam bem alterados, o que pode causar uma certa instabilidade emocional. Nada que não tenha se apresentado durante a gravidez...rs

Observação importante: todo e qualquer trabalho de parto pode acabar em cesareana (se o coração do bebe começar a bater mais devagar, se a dilatação não completar ou se o neném for muito grande para passar pela bacia da mãe).

¹ Contrações não doem tanto quanto eu pensava, são bem suportáveis, embora um sem número de mulheres faça parecer o contrário;
² Analgesia ajuda bastante, mas não resolve a parte mais dolorida, a saída do bebê. Essa dor nada tira!
³ Uma geral sobre o pós parto: o sangramento (fraquinho) dura perto de um mês, isso que eu amamantei exclusivamente, o que ajuda a ser mais rápido; a barriga demora um bocadinho pra voltar ao prumo...rs... levei meio ano para voltar ao meu (quase) corpo de antes da gravidez; hormônios variam bem mais que na gravidez...rs

Massssssssss, tudo isso vale muito a pena! E o maior trabalho não é o de parto, é o que vem depois, no dia-a-dia. Loooongo, mas indescritivelmente maravilhoso!