terça-feira, 29 de junho de 2010

Um dia ainda escrevo um livro (3)

Residente na sala de parto...
- Isso, Fulana, mais uma força boa como essa a tua neném nasce, já estou vendo os cabelinhos dela!
Diz a parturiente:
- AI, DOTÔRA, ENTÃO PUXAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

sábado, 26 de junho de 2010

Copa

Estava há horas (desde que a febre verde amarela da copa começou) para escrever o que se seguirá, mas não tinha conseguido formular a ideia toda. Acho que agora deu!
Não tenho absolutamente nada contra futebol. Pelo contrário, até gosto. Sei o que é impedimento, vejo jogos que não são do meu time, depois do advento do Cartola até de esquema tático passei a entender um pouco. Sei que Ganso e Pato são mais que dois bichos com penas, que o Adriano ainda não decidiu se quer imperar nas Américas ou na Europa. Enfim, não poderia ser cronista esportiva, mas não sou uma total alienada.
Massssssssssssss...
Sempre há um mas.
Sou enfermeira, e se tem algo que posso dizer é que a vida não para por nada nesse mundo. Não importa se é Carnaval, virada do Ano ou jogo do Brasil. As crianças continuam nascendo, inclusive às 8h30, 11h ou 15h30 (horário de Brasília) e nos 90min que se seguem. Não tem jogada de craque, falta para cartão vermelho ou prorrogação que mude tal fato. E também não importa se agora o horário das 8h30 não existe mais no calendário de jogos, isso não fará a menor diferença.
O que eu não consigo entender (porque dizer que não consigo admitir não adiantará nada) é porque um país inteiro precisa parar em função de um campeonato de futebol!!! É contra producente!!! Se há apagão e as empresas precisam parar, é prejuízo e culpa do governo (só desse, dos outros que não investiram nada ao longo dos anos não), mas se o assunto é copa, ninguém contabiliza o que se deixa de fazer. O negócio é achar bonito telão na rua e um monte de trabalhadores fazendo nada.
Falam em ser brasileiro, em ter orgulho do seu país... Só de 4 em 4 anos? Sou brasileira trabalhando todos os dias - ganhando em um ano menos do que muitos lá ganham em um dia-, não roubando nada de ninguém, não dando jeitinho, sendo honesta e tentando fazer a minha parte no mundo. Fico feliz quando vejo uma família nova nascendo, quando ouço uma criança chorando pela primeira vez, quando consigo ajudar alguém em momentos tão (realmente) importantes. Me indigno com mães irresponsáveis, profissionais inconsequentes, com quem perde a vida antes mesmo de tê-la.
Não vou torcer contra a seleção, crucificar o Dunga (mas que ele é cabeçudo, ah, isso ele é!) ou querer que o Maradona corra pelado em Buenos Aires, até porque isso não irá mudar a vida deles. Muito menos a minha.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Clichês

Nunca achei legal gastar-se mundo e fundos em uma festa de 1 ano. Não por falta de merecimento (se fosse esse o critério teria de ser um casamento cigano), mas porque os pequenos não entendem o que está a acontecer, nem de onde sai tanta gente para invadir os seus espaços. Isso, claro, sem contar os inúmeros beijos, apertões, colos nunca antes vistos, etc, etc.
Pois bem, Helena fez jus às minhas ideias. Sabe aquela criança que chora, fica doentinha e dorme na festa de 3 mil reais? Tirem a cifra astronômica e será a minha loira!
Podemos dizer que ela utilizou-se de boa parte dos clichês conhecidos: ficou doente, dormiu tarde, não quis usar o sapato da festa, não foi no colo de quase ninguém, não bateu palmas no parabéns (coisa que faz há meio ano), não sorriu para foto, não deu tchau, se soltou depois que as pessoas foram embora, se interessou mais pela caixa do que pelo presente e, para fechar com chave de ouro, começou a caminhar no dia seguinte da festa!
Mas, mesmo assim, estava absolutamente linda =)

sábado, 19 de junho de 2010

Um ano

É incrível essa história de relatividade do tempo. Quando se diz que as crianças crescem muito rápido parece papo de avó, mas não é.
Há um ano atrás eu estava neste mesmo hospital, não trabalhando, mas tendo trabalho com uma linda menina recém nascida, que insistia em chorar após ter mamado... É fome, disse a técnica de enfermagem, enquanto dava paracetamol para a dor que eu pensava saber que ela sentia. Sim, era fome, mamou e dormiu. Dormimos, melhor dizendo.
E lá se foram algumas deduções equivocadas, poucas cólicas, alguns sustos, mas essencialmente muitas alegrias. Vida nova que chegou com essa nova vida.
Teve viagem pra Santa Catarina, casamento com choradeira, troca de fraldas na sacristia, risadas no trocador, banho de mar, banho de piscina, banho de qualquer coisa no calor infernal do verão, mamadeira de mãe, bico a contragosto, vacina, pequenas artes, alguns passos... Nossa, um mundo de coisas.
Doeu ser mãe desnaturada e ter de deixar minha cria em casa e vir trabalhar, mas compensa chegar e ser recebida com festa. Era interminável o primeiro mês, mas a chegada dos sorrisos fez parecer um passado muito distante.
Nada se compara a felicidade de ver aquela menina linda e loira, com suas bolitas verdes sorridentes, quase botando abaixo seu cercado quando avistava a mãe retornando do trabalho. São tantos os momentos mágicos, as conversas com seus bichinhos na hora de dormir, o colinho de mãe (segurando a minha mão e a máscara) nebulizando quando estava dodói, a conversa da hora do papá.
Posso citar aqui 365 motivos e momentos, e isso não equivaleria a nem um dia da minha felicidade!
Te amo, filha!

sábado, 12 de junho de 2010

Trilha sonora

Estava eu a escutar algumas músicas em meu celular, quando dei-me por conta de como os anos passam (não que nunca houvesse percebido), como os momentos se sucedem, como as coisas boas vem e as ruins vão embora.
Comecei a pensar em todas as músicas que já foram nossas. Alegres, tristes, clássicas... A memória auditiva, se é que existe tal termo, rebusca cada sensação associada àquela melodia, toda a vez que ouvimos tais versos.
Tivemos Sonetos de Fernando Pessoa, poemas de autoria duvidosa, equalizações, sintomas de saudade, conversas de botas batidas... Fomos solidários aos sofrimentos e alegrias de Nando Reis, Caetano, Flausino, Lulu Santos, Rita, Maria Rita e tanto outros que fizeram arte com as misérias e as riquezas do ser humano. Cantamos e declaramos o nosso amor imperfeito pelas palavras de quem vive de traduzir o que o coração e alma sentem.
Sei que dias dos namorados é somente uma data comercial, mas, não tendo eu ido ao comércio, resolvi ter o meu momento escrito. Vim para dizer que a música que toca na minha vida há quase 9 anos é a que me dá razão para viver e buscar ser melhor. Se algumas vezes eu mudei de estação ou diminuí o volume, foi por não prestar atenção no que ela me dizia.
Muito obrigada por me tocar tão bem =)

sábado, 5 de junho de 2010

Pisca-pisca

Quanto mais ando no trânsito, mais tenho certeza que, se trabalhasse de motorista, ia enfartar aos 30, ou ter meu momento " Um dia de Fúria".
Várias coisas irritam: a burrice de alguns, a falta de noção de outros, mas, principalmente, a prepotência dos poderosos. Gods of War, atirando seus possantes para todos os lados.
Nisso tudo, o que mais me intriga é a falta de um item obrigatório em qualquer veículo motor: o pisca-pisca, seta ou qualquer outro nome que tenha. Será que carros importados não o possuem??? Ou será a alavanca que falta??? De repente colocaram a mudança de marchas no volante e retiraram esse item opcional, após verificada a ociosidade de tal pecinha.
Mistério... O dia que eu tiver um importado e não der seta para nada eu descubro.