sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Inveja ²

Pois bem, tempos atrás manifestei minha insatisfação em relação à minha forma (falta de forma, excesso de curvas, tanto faz) física, dizendo que a gestação era um atalho rumo aos tamanhos especias. Dito isto, houve quem, em uma certa rede social, até de infeliz me chamasse! Honra e felicidade defendidas, mas ideias mantidas.
Depois de ter problemas nas costas e em um dos joelhos, ambos médicos deram-me a mesma sentença: sedentarismo. Lá fui eu, consulta com a endocrinologista, reeducação alimentar e mais uma doutora a mandar-me aos exercícios. Vergonha na cara criada, dinheiro reservado, matrícula na academia.
Assim vou, três meses de pequenos passos. Comecei achando que iria duas vezes por semana para a malhação, mas, na semana seguinte, já estava a bater meu cartão por três ou quatro vezes. Fora o chocolate - e por ele eu corro mais! -, posso dizer que a academia é um grande vício.
Agora ando assim, a sorrir e a arrancar sorrisos, com a satisfação de ter várias roupas a escolher, de entrar em algumas que não me serviam há dois anos e de gostar um bocado do que vejo no espelho. Passeio com minhas filhas de cabeça erguida, sentindo-me a mãe-de-duas mais sarada do pedaço (mesmo que ainda não seja), não constrangida com uma barriga de ex-grávida.
Seis quilos e um manequim a menos, posso olhar para a sala de espera da escola com orgulho, mais sendo invejada do que invejando.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai?

Com certeza teria muito assunto melhor para escrever, mas algumas datas acabam por suscitar uma certa ira contra as ironias do destino.
Não entendo o motivo pelo qual um pai deixa de ser pai para ser marido. Penso, sendo mãe, que há espaço para as duas funções. Obviamente, depende do incentivo - ou, no mínimo, da "não sabotagem" - de quem está ao lado, da maturidade desta pessoa e do que ela sabe sobre amores e valores.
Falo de valores sentimentais, de caráter, de índole, valores esses que regem a importância que se dá ao dinheiro. Pois bem, trabalho e ganho a minha vida, e essa é a maneira mais fácil, não? Garantimos o que é nosso tendo o que é nosso, e não "gerenciando" - regulando, controlando, mesquinhando - o que não é fruto do teu suor.
O que é caro para ser gasto comigo, é pouco para ser jantado, almoçado ou investido na decoração serrana do seu lar. Coloco-me de sujeito, mas não falo de mim. Não recebo muita coisa que vem de graça há alguns anos, certamente as materiais tem bem menos importância, e já desisti de ambas.
Feliz dia dos reais pais. Parabéns para quem nunca deixou seus filhos de lado, para quem sempre soube separar os papéis, para quem nunca fez visitas ou doações de caridade escondidas. Parabéns para quem tem coragem de dizer "eu vou sozinho", ao invés de dizer "agora essa é a minha vida", "agora ela é a minha família", como se tudo e todos que antes importavam fossem simplesmente descartáveis.
Um dia já fiz parte da vida e da família.
Parabéns para quem realmente tem pai.