quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Estilista 1

- Heleeeeena, vem filha, vamos trocar de roupa pra ir na Escolinha!
- Êê, ecóla! Naumm, lavá maum!
- Tá, filha, lava a mão então... Deu, vamos colocar a blusa da (Hello) Kitty?
- Naummmm... Kitty muito quenti... colocá busa da Uníqua!
- Filha, a da Kitty bem bonita!?
- Naum, Main, Kitty naum... Colocá busa da Uniquinha!
- Ta tudo bem... Levanta o pé, coloca o short rosa.
- Shóti roxo?
- Tá sujo, Heleninha...

Já de roupa, vai correndo até o quarto, abre a porta pra se olhar no espelho:
- Aiii, ti índa, busa Uniquinha!

Fim dos tempos!!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Bloguefobia

Juro que tenho tentado escrever, mas sento aqui e as ideias se esvaem...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"Quando olhaste bem nos olhos meus e teu olhar era de adeus..."

Dia dos pais.
Lá fui eu, para o momento, até então, mais triste da minha trintífera vida. Estava adiando o encontro há uma ou duas semanas, mas eu sabia - todo mundo sabia - que o Vô estava despedindo-se das pessoas, para poder despedir-se do mundo.
No dia do meu aniversário ele ligou para minha mãe, disse que precisava muito falar comigo; liguei e informei que, ao contrário do que estava me solicitando, iria visitá-lo somente amanhã. Não muito contente, mas conformado. Bom, e o que mais ele poderia fazer?
E lá estava eu, para a derradeira visita. Coragem. Entrei no quarto e vi um rascunho do que fora meu Vô, agora um idoso debilitado física e emocionalmente. Pegou na minha mão e assim ficamos conversando: queria me perguntar se eu sabia de algo para curar o frio que ele sentia por dentro, frio esse que não havia estufa no mundo que pudesse sanar. Não, Vô, não sei...
Lembrei de uma notícia sobre Brasília, de inscritos achados no Palácio do Planalto, feitos pelos candangos que construíram a capital. Ele era iluminador de teatro, e referia-se aos seus ajudantes braçais como "aqueles candangos"+algum adjetivo não muito simpático. Quando comentei, rindo, que eles estavam tratando tais escritos como pinturas rupestres e ele concordou que sim, eram importantes, vi que ele estava mal.
Nisso perguntou se já havia me contado uma história sobre uma ministra, que recebera em Canela, que orgulhou-se em dizer que era candanga, sem saber do significado por aqui. Penso até que sim, mas ouvi de todo o coração, sabia que seria a última história. "Esse teu Vô tem história, não?", me disse, segurando ainda a minha mão.
Foi uma boa deixa para a nossa despedida. Dei-lhe um beijo carinhoso na testa e ele, com os olhos, me disse adeus.
Eventualmente ainda me pego pensando em comentar algo com ele, sobre algum espetáculo, ou esperando um Celta vermelho parar no portão da casa da minha mãe, com o meu Negão querido saindo de dentro, olhando meu cabelo e dizendo "mas inventa moda essa criôla!", dando aquela sonora gargalhada e me achando magra (no auge do meu peso!).
Tua luz faz muita falta por aqui, Vô.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Porto Alegre, 8 de agosto de 2001.

Olá!
Infelizmente sei que esse texto não chegará até você, mas, de qualquer forma, a Patrícia de 20 anos não daria ouvidos a ninguém, és muito cheia da razão.
A fase não anda das melhores e posso adiantar que piorará um pouco, já que esse motoqueiro maluco vai simplesmente te dispensar (quem ele pensa que é???), sempre tem a primeira vez. Bodas chegando, estás entrando na fase de não querer mais comemorar, né? Pois tua festa de aniversário estará longe de ser boa, porém um pouco melhor que a do ano passado, que caiu no dia dos pais.
Sobre esse assunto, ainda terão muitas decepções e a confirmação de que aquele pai morreu. Esse novo modelo vai se vestir com roupas de marca, comer fora, decorar seu novo apartamento e, ao contrário do que jurou de pés juntos, ter uma filha - por vontade dele, por vontade dela ou por uma questão de honra, uma vez que a sua parceira declarou que, em 2005, engravidaria com ou sem ele, em frente de quase toda família. Meu pai não aceitaria uma afronta dessa, o novo, sim.
Pode parecer que não, mas tu te formarás e será uma boa enfermeira. Não a melhor, nem a pior, mas alguém que gosta do que faz. Vai continuar falando demais, mas aos poucos se dará conta que é melhor deixar passar.
Família? Não tem milagre! As dificuldades vão seguir, pessoas queridas vão entrar e sair, a pensão vai dar mal para pagar todas as contas, tua irmã também vai entrar na UFRGS, tua mãe vai terminar o colégio, os velhos amigos cães vão descansar, alegrias, conflitos...
Minha intenção, porém, é chamar tua atenção para aquele rapaz que achaste interessante em uma certa reunião do CLJ, há uns meses atrás. Achou que ele tinha potencial para ser o pai dos teus filhos? (filhas, adianto) Mais que certa, mas ainda vai demorar um pouco para sentir-se assim. O moço é arredio, vai jogar fora o primeiro email e ler o seguinte por acaso; vai fazer cara de paisagem quando ouvir - ou melhor, ler - o primeiro "eu te amo"; vai falar da ex e que seus relacionamentos não passaram de três meses, isso nos primeiros encontros.
Como então? Ele vai esperar um ano para dizer, romanticamente, que te ama; vai te fazer gostar de Carnaval uma vez na vida; vai te apresentar um monte de músicas que tu nunca ouviu - e dizer com um ar de superioridade "tu não conhece essa música?"; vai te levar para acampar, para caminhar pelo centro a noite; vai levar teu coração embora para outro estado; vai te fazer feliz.
E vai te ensinar o que, realmente, é o amor.
Vai te conhecer melhor que tu mesma; vai perceber que não estás bem antes de ti; vai perdoar erros imperdoáveis; vai juntar teus pedaços, mesmo como coração estraçalhado. Vai ser namorado, amigo, noivo, ex-noivo, marido, quase ex-marido e o pai das tuas filhas.
Queria poder dizer para a Patrícia de 20 anos que sim, esse será o homem da vida dela, que ela cuide dele melhor do que eu cuidei, mas não é possível.
Será assim que aprenderás o que é Amor.

Mana mana mana

Dona Helena anda a 10 mil por hora, ligada na tomada! Enquanto as enormes pestanas não pesam e fecham os seus olhos, lá está ela a correr - porque caminhar não sabe mais - e a falar! Nesse meio tempo muitos beijinhos e conversas com a Maaaaaaaaaaaanaaa (e que Deus proteja Beatriz das perebas escolares...).
Mais teimosa que uma mulinha empacada, anda beirando uma certa falta de educação, o pior, não por falta de investidas e estadas de 2 minutos no seu banquinho. Já aprendeu que é linda e tem o poder de derreter corações, quando apronta alguma, em segundos, sai com um "abaaaaço, Mãe!". Muito sangue frio para resistir.
Ama a escolinha, não tem vergonha de demonstrar que recebe beijos de um certo Bernardo, vira e mexe fala no Meme (o Guilherme) e já anda a nomear as profes e demais colegas. Digo já não pela idade que tem, mas sim pelo pouco tempo que desandou a falar, coisa de um mês.
Divertiu-se muito nas férias de julho. Fomos para a casa dos avós, juntamente com o primo Be (Benaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado); a semana nos rendeu muitas risadas e a certeza de que os próximos verões serão únicos! E sem beira mar coletiva, a não ser que sejam contratados reforços: são três crianças, mas, depois de umas horas, parecem bem mais!!!
Como irmã não temos do que nos queixar. No começo fazia tudo e mais dois poucos enquanto amamentava a mana, mas atualmente já percebeu que não precisa ser assim. Muitos beijos, alguns abraços e só uma tentativa de beliscão. Beatriz derrete-se em sorrisos e Helena entra na onda, "aguagu" ela diz, e a gringuinha responde.
Nossa alemoa mais linda desse mundo.

Beatriz²

Tanto ameaçou-se a rica criaturinha, que da barriga não queria mais sair! Foram quase dois meses de tensão, torcendo para que ficasse onde estava, mas por fim a torcida já era contrária. Novamente acabou a minha paciência gestacional, somado a isso uma ausculta cardíaca meio desagradável no exame da obstetra, e lá fomos nós para a ocitocina.
Dizem os livros que, quanto maior a paridade, mais rápido o parto. Pois meu corpo não concordou, e respondeu um pouco mais vagarosamente do que gostaríamos: das 23h às 05h08, centímetro a centímetro, assim ia a minha natureza. Eu bem resignada a não fazer analgesia, aguentando as muitas contrações bem, até dona Beatriz resolver aprontar com uma sutil queda do ritmo cardíaco; conhecendo o anestesista de plantão, que, nem de longe era da minha confiança, acabei por solicitar a tal analgesia para ter o médico da minha confiança por perto.
Digo que acabou tudo bem, fiz analgesia com 8cm, 15 minutos e uma força depois estreava minha pseudo pardinha. Nasceu a cor da mãe e a cara da mana, e posso dizer que foi amor a primeira vista!
Hoje em dia está tão ou mais branca que a irmã, a cara da dinda, tem lindas bochechas rosadas e chora como se estivesse correndo risco de vida por pouco mais que nada. Começou a pegar direito no peito não faz muito, já teve pneumonia e bronquiolite, chupa bico desde um mês (porque somente o colo em tempo integral resolvia) e destesta ficar sozinha.
Para compensar, tem o sorriso banguela mais lindo do mundo, os mais doces olhos de cor indefinida que eu já vi e os assuntos mais atualizados para as suas conversas movidas a gritinhos e agus.

E foi assim...

Nossa, muito tempo! Tive que fazer um "mini-flashback", como diriam Rui e Vani, para me achar nas informações!
Muita coisa aconteceu de março para cá. Beatriz aconteceu, no tempo mais que certo, depois de muito repouso, uma indução de parto e alguns momentos de tensão; era a confirmação de que a moça iria querer tudo ao seu jeito. Humpf.
Desde então, como profetizou Mena, a vida tem sido bem cheia - transbordante, muitas vezes -, um tanto cansativa, mas repleta de alegrias. Teve mastite, pneumonia, duas filhas doentes ao mesmo tempo, mãe gripada, inverno mais frio dos últimos tempos, internação por bronquiolite... no momento atual só um pouco de ranho e conjutivite para dona Helena, mas, como auxílio da Nona, isso tira-se de letra!
A vida vai indo, cada vez mais recheada de novidades e alegrias.
É, com um filho eu tinha tempo, e não sabia!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Jogue as suas tranças!

Ando muito concentrada em manter-me grávida, uma vez que Beatriz vem querendo estrear desde as 31 semanas, logo acabei deixando de lado tudo o que não fosse essencial. Não que não goste de escrever, mas isso demanda mais tempo sentada nesta cadeira desconfortável.
Março tem sido um mês longo e tenso, desde que descobri que as tais fisgadas não eram fruto da minha imaginação, era meu corpo reclamando das 12h noturnas de trabalho, dia sim, dia não. Algumas contrações, uma ida ao hospital e repouso, muito repouso!
De lá, para cá, atividades bem restritas, sogra e marido no comando da casa. Meu momento Rapunzel, presa na torre... ou melhor, Fiona (na versão verde e cheinha, claro), com raras descidas, para ir ao pré-natal, coletar exames, coisas do tipo.
Nada de levar Helena na escola (culpa do 4° andar, já que ela vai caminhando todo o trajeto, incluindo a maldita escada), de refrescar-me no shopping durante o calor infernal do outono portoalegrense e... ah, sim, nada disso também, estamos de oitentena!
A parte maravilhosa de tudo isto é que Beatriz entendeu o apelo e vem mantendo-se onde está - sim, porque é possível fazer tudo o que precisa e ainda ter um prematuro! -, ultrapassando as metas, ganhando peso e, o principal, amadurecendo seus ricos pulmões para respirar o ar aqui de fora. Não, não precisa chorar a plenos para eu acreditar que esteja bem.
Enfim, enquanto esverdeio mais um pouco na minha torre (que está com o telhado em reforma, chove dentro e semana que vem terá o banheiro em obras), vamos chegando nas 36 semanas, quase deixando de ser uma bebê prematura e ficando feliz por estar perto de dar a luz!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sem folia

Quem vê o título pode pensar que irei me lamentar sobre o fato de estar em Porto Alegre no Carnaval, mas não, muito antes pelo contrário. Claro que a parte do repouso (embora fundamental e pela melhor causa do mundo) não era necessária, mas, de resto, não tenho nada a reclamar.
Ano passado recém havíamos adquirido nosso carro, e lá fomos nós, rumo a SC, em pleno sábado de Carnaval. Tem um post perdido sobre isso em algum lugar, não gosto nem de lembrar... Horas intermináveis de Freeway e sol a pino, Helena passando calor no banco de trás, movimento de montão, BR 101 ainda com muitas reformas, chuva na praia e tempo fresco na nossa terra. Resumindo, dinheiro colocado fora.
Esse ano já havíamos acertado que não iríamos para a praia, porque eu estaria demasiadamente barriguda para enfrentar a batalha da estrada; se viajássemos seria para outros lados, ou aproveitaríamos as maravilhas de uma Porto Alegre vazia. Claro, não perguntamos a Beatriz o que achava da ideia.
Pois cá estamos nós, no contrafluxo da folia, curtindo o anti-Carnaval: o silêncio da nossa terra! Salvo pelo gaúcho pilchado que beijou o poste da esquina no domingo pela manhã, de resto parece que estamos parados na madrugada: quase ninguém na rua, poucos ônibus e pouquíssimos carros (para o padrão da Assis Brasil, claro). Ah, sim, embora faça calor de dia - afinal, ainda é verão - a noite somos brindados por um delicioso vento geladinho, aquele que pede um casaco fininho ou, deixando uma fresta na janela, um lençol até o pescoço.
Melhor só se pudéssemos curtir a cidade, mas a Beatriz dentro da barriga e eu não internada em nenhum hospital é melhor que qualquer rota turística.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Garota escolada

Vai muito bem a vida escolar da dona Helena, dá até uma pontinha de ciúme!
Sai saltitando estrada a fora, quase corre quando chegamos na subidinha logo antes da escola, bate no portão, sobe os degraus e cumprimenta as professoras com um abraço. Para quem a larga nem um tchau, obviamente. Possessividades maternas a parte, me faz realmente feliz o fato da pequena agradar-se tanto da sua atividade diária, sendo uma diversão, não um castigo.
Anda muito pintora, um perigo! Qualquer coisa riscável, ainda não descobriu as paredes, mas não dá para deixá-la sair da vista com o seu giz de cera. Ambidestra, por enquanto, não que isso nos preocupe.
Poucas palavras, muitos sons e muita dança
E cada vez mais linda, claro!

32 semanas

Dizer que filhos e gestações são diferentes é parte do meu trabalho, e algo que realmente acredito, mas eles não precisavam reafirmar com tanta veemência!
Cá estamos, Beatriz e eu, repousando a esta altura do campeonato, para conter minha natureza de boa parideira. Aconselharam-me a não dar a luz a uma criatura ariana, mas na atual conjuntura, torço para que não seja de peixes; uma taurina será um luxo!
Sempre tive medo dos prematuros, já atendi um sem número deles ao nascer, dos mais diversos tamanhos, aos pares, aos trios, com outros problemas... Mas eles me intimidam! Fora que ser a "dona" de um deles é tão natural para mim quanto a possibilidade de fazer uma cesariana: sei que isso pode acontecer, mas graduo como uma chance mínima!
Considerando-se que estou em casa, concluo que a coisa não vai assim tão mal. Por outro lado, fazer repouso tendo uma linda alemoa de 1 ano e 8 meses, não é exatamente fácil. E, obviamente, não a culpo, ela não pediu uma irmã, tampouco uma mãe que não pode pegá-la no colo.
Enfim, por este e por alguns outros motivos, Beatriz vem dando o seu recado. Espero somente que escute o meu e mantenha-se onde está, afinal ainda não é gente que chega para estrear aqui fora.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Semana cheia de emoções!
Dona Helena fez sua estreia no mundo escolar. Posso dizer que nem doeu quase... Não grudou em nós feito carrapato nenhuma vez, chorou alguma vezes - situação resolvida por algum colinho das profes -e não precisamos trazê-la para casa mais cedo nenhum dia.
Da parte dela, parece gostar muito de sair de casa e ir para um lugar cheio de brinquedos diferentes (livros!!! adora a biblioteca!), só não entende a razão de ter tantas outras pessoinhas para atrapalhar.
O interessante é que parecem guardar as faíscas para quando saem de casa. Na volta do primeiro dia de aula, mais um dia de calor infernal, tirou as fraldas no meio do corredor e foi para o box, esperar alguém que abrisse o chuveiro. No dia seguinte foi até o banheiro para, acocada e de fraldas, fazer lá seu coco. Fora isso, dizem que na hora do chororô anda a falar papai e mamãe. Mas temos certeza de que está gostando muito, já que ninguém consegue sair sem antes ter que tirar uma certa loira cacheada da frente da porta. Com protestos, claro.
Dona Beatriz, por sua vez, incomodou-se com as 12h de trabalho a que foi submetida. Crianças a nascer, pacientes a internar, complicações, das 19h às 7h, parando para escrever e comer. Bom, tem mais é que reclamar mesmo! Foi só um aviso, seguimos bem. Íamos ter uma eco, mas acabou adiada para a outra semana. Enquanto isso ela engorda mais um pouco...
Teve ainda aniversário do maridão, festinha caseira para os que realmente importam (e se importam), alimentados pelos minhas obras culinárias - destaque para o cupcake de chocolate, que, como diria a Dani, "isso devia ser proibido!!!"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Climático. Ou não.

Mentiras.
Só o que vejo no horizonte.
Diariamente fica a expectativa de que algo mude, levando essa agonia para longe.
A vida se repete, sufocante, renovando a cada fim de tarde a esperança de um amanhã melhor.
Tememos os fatos que possam nos chegar aos ouvidos, pois cada nova notícia deixa mais distante a lembrança de dias melhores. Não sei mais quando virão. Não sei onde, mas em algum lugar estão.
(Falsas?) nuvens negras.
Todas as tardes prometendo chuva no horizonte.
Partem silenciosas e não nos dão.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Gestante de verão

Nada como estar grávida em Porto Alegre...
A imprensa divulgou esta semana que foi o janeiro mais quente dos últimos cem anos. Isso qualquer gestante poderia dizer, não precisamos de termômetros, pesquisas ou aparatos tecnológicos para afirmar que passa dos 30ºC, sentimos calor!!!
Explicações volêmicas e hormonais a parte, o verão anda realmente cruel, democraticamente cruel. Não há ar condicionado que abranja tudo, o tempo todo. A passada pelo estacionamento já serve pra borrar a maquiagem.
Voltando às questões gestacionais, chegamos na fase dos momentos. Um momento entre um copo de água e o banheiro. Um momento de sono sem protestos contra a posição. Um momento por dia sem nenhuma dor nas costas, nas pernas, etc. As idas no banheiro são muitas, mas os xixis variam de 1 a 5 segundos (o último sendo um longo!!!).
Enfim, brindes da dádiva que é ser mãe! Tem aquele pezinho que parece querer sair pela barriga - certifique-se sempre de não ter engravidado de um vampiro!!!¹ -; uma cabeçadinha na bexiga cheia pela manhã; uma contração "indolor" (definição, certamente, dada por um ser masculino) ao manobrar o carro... Deve ter algo a ver com a Eva, afinal é sempre ela a culpada (o homem fraco e corruptível nada sofre).
Eva malvada!!!
¹Vide o último livro da saga Crepúsculo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Guardados I

Sou uma devedora.
Não de dinheiro, porque esse o trabalho nos dá, mas de algo muito mais difícil de pagar.
Devo amor, devo carinho, devo elogios, devo minha vida. E quase tudo para os mesmos credores.
Não deixo de pagar por não ter moeda, mas sim por não saber trocá-la, convertê-la em algo palpável. Vou guardando-as para mim, mas isso não me enriquece, somente torna mais pobre quem deveria ser pago.
Às vezes consigo fazer o câmbio, e distribuo pequenas porções de atenção, mas logo minhas reservas acabam, e continuo colocando tudo no meu “caderninho”, contabilizando corações, sorrisos e abraços que recebi e não retribuí adequadamente. Estou quase sempre no negativo.
Questiono-me como ainda não perdi o crédito com meus bons pagadores e posso concluir , tão somente, que eles são muito ricos! Afinal, diferentemente do $$$, quanto mais damos, mais temos!
Se funciona dessa forma comigo? Acho que não, meu feedback tem um certo defeito... Gratifica muito ver que uma palavra, um abraço ou um simples olhar podem fazer valer o dia, mas parece que depois de distribuir alguns poucos, perco o jeito.
Racionalmente falando, conheço bem as pessoas que me cercam, sei do que elas precisam, mas me sinto pobre, porque não consigo dar-lhes nem metade do que recebo. Bom, e mesmo que não me dessem nada, é muito menos do que merecem.
Há sempre um "mas"...
Começo a entender a coisa estranha.
(Agosto, 2008)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Beatriz

Havia um ou dois meses que eu estava desgostosa da minha sugestão de nome para a nossa filha. Sim, fui eu quem sugeri e eu quem desisti.
Nada demais, numerologia a parte, a questão principal foi o impacto do nome. Ninguém confunde Helena com outra coisa; até o cidadão de comportamento e hábitos pouco divulgáveis lá do serviço sabe. Mas Luiza... Como é mesmo? Laura? Júlia? Nem a avó conseguiu decorar, o que dirá o pvo em geral. Seria a irmã da Helena, minha outra filha e assim por diante.
Beatriz, aquela que faz os outros felizes.
Só quem não vai gostar muito da mudança é a tia Béia, que irá bordar o enfeite de porta =)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vinte e cinco semanas

É engraçado, parece que faz uma eternidade que estou grávida, mas, por outro lado, as coisas vão voando. Precisava mesmo do sr. Einstein pra dizer que o tempo é relativo?
Dona Luiza vai bem obrigada, crescendo, e muito! Pensei que a barriga não estava de acordo com o tempo de gestação, e descobri que não está. Espiei algumas fotos da gestação da Helena, a pança vai umas cinco semanas a frente. Assim dá um certo medo de não cumprir a meta de dispensar a peridural.
Achamos a gestação cansativa, mas só descobrimos como é fácil carregá-los assim depois que vem para fora. Conversava sobre a injustiça de mandar-nos bebês tão dependentes! Poderiam lançar um projeto de Lei Divina, um aumento no tempo de gestação em troca de rebentos que façam mais que dormir, sujar, chorar e mamar ao nascer.
Ideias a parte, as coisas vão bem, com os problemas de sempre (ciático, desconforto pelo peso da barriga+Helena, que anda a pedir colo) e algumas culpas novas... A imprensa fez um complô, duas reportagens sobre segundo filho na mesma semana, quase desesperei! Questões como tempo, achar que nunca mais vai conseguir dar atenção para o primogênito, suas regressões de comportamento, fora todas as metas que vão ficando pelo caminho...ai, ai, ai! Well, we will survive! I hope...
No mais é esperar, pois o amor de verdade é aqui fora.

Um ano e sete meses

Ali está, aquela alemoa melada, sentada na sua motoca, curtindo seu vício televisivo: os Backyardgans! Mas para ela é somente o PAB! Pablo, diz, e com veemência. Não adianta tentar fazê-la pronunciar qualquer outro personagem, olha de olhos verdes arregalados, enche as bochechas e manda... PAB!!! Quando a programação não está do seu agrado, chama o amigo, senta no sofá, pega o controle da TV e depois o do DVD; ainda não descobriu alguns detalhes, mas o principal já sabe.
No quesito fala anda no mesmo ritmo, ou seja, lento. Mamãe e papaí quando estritamente necessário; Pab; auá, que às vezes sai auô; pau (tchau), com sua mão abanante; ai quando cai; mã mã, que é não... Frases são muito raras, dia desses saiu um "pau, papai", mas foi o único da história, sabe-se lá quando será repetido.
A parte da manha e da teimosia, por sua vez, cresce com os cachos dourados! Quando se joga de popô ao solo, por birra, nunca sai o "ai", somente um choro estridente, aquele de criança que se joga no chão do mercado, sabe? Estamos aprimorando as técnicas de combate, embora a vontade seja somente de dar uns safanões.
Das coisas ao seu redor resolveu dar-se por conta. Voltou do passeio na praia (15 loooongos dias de correrias pelo pátio, banhos de mangueira, de mar, rede, balanço...) decidida a falar com as gatinhas, a afofar e babar minha barriga ou tentar fugir, não sem antes dar tchau, quando qualquer pessoa passa pela porta. Sabe de quase tudo, isso tenho certeza, acho que fez um voto de silêncio para safar-se de dar explicações.
Ah, sim, e linda, cada vez mais, com seus grandes olhos verdes, grandes pestanas e um sorriso cheio de dentes! Teve sua primeira paixão de verão, passou os dias a fazer caras e bocas para o primo de 2° grau, o mais tímido de todos... Teoria da sua avó: não gosta das facilidades, foi atrás do mais difícil... Ah, sim, o primo tem 20 anos.
Ai, ai, ai, olha o que me espera!!!

Abandono de Blog

Nossa, querida Mena, posso por a culpa, em parte, pela rapidez com que o tempo avança. Um dia se passa sem escrever, logo mais uma semana e quando vê foi-se um mês! Fora isso, parece-me que gestar, além de ocupar os neurônios, bagunça a relatividade do tempo. Ah, sim, crianças de 1 ano e meio também aceleram os dias!
Tentarei retomar minha assiduidade, uma vez que assuntos não me faltam, trata-se de uma questão organizacional. Até onde vai minha frequência não posso afirmar, pois como sabes, até então, melhor que eu, dois miúdos, de fato, fazem os dias passarem a dois por vez!