segunda-feira, 28 de março de 2011

Jogue as suas tranças!

Ando muito concentrada em manter-me grávida, uma vez que Beatriz vem querendo estrear desde as 31 semanas, logo acabei deixando de lado tudo o que não fosse essencial. Não que não goste de escrever, mas isso demanda mais tempo sentada nesta cadeira desconfortável.
Março tem sido um mês longo e tenso, desde que descobri que as tais fisgadas não eram fruto da minha imaginação, era meu corpo reclamando das 12h noturnas de trabalho, dia sim, dia não. Algumas contrações, uma ida ao hospital e repouso, muito repouso!
De lá, para cá, atividades bem restritas, sogra e marido no comando da casa. Meu momento Rapunzel, presa na torre... ou melhor, Fiona (na versão verde e cheinha, claro), com raras descidas, para ir ao pré-natal, coletar exames, coisas do tipo.
Nada de levar Helena na escola (culpa do 4° andar, já que ela vai caminhando todo o trajeto, incluindo a maldita escada), de refrescar-me no shopping durante o calor infernal do outono portoalegrense e... ah, sim, nada disso também, estamos de oitentena!
A parte maravilhosa de tudo isto é que Beatriz entendeu o apelo e vem mantendo-se onde está - sim, porque é possível fazer tudo o que precisa e ainda ter um prematuro! -, ultrapassando as metas, ganhando peso e, o principal, amadurecendo seus ricos pulmões para respirar o ar aqui de fora. Não, não precisa chorar a plenos para eu acreditar que esteja bem.
Enfim, enquanto esverdeio mais um pouco na minha torre (que está com o telhado em reforma, chove dentro e semana que vem terá o banheiro em obras), vamos chegando nas 36 semanas, quase deixando de ser uma bebê prematura e ficando feliz por estar perto de dar a luz!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sem folia

Quem vê o título pode pensar que irei me lamentar sobre o fato de estar em Porto Alegre no Carnaval, mas não, muito antes pelo contrário. Claro que a parte do repouso (embora fundamental e pela melhor causa do mundo) não era necessária, mas, de resto, não tenho nada a reclamar.
Ano passado recém havíamos adquirido nosso carro, e lá fomos nós, rumo a SC, em pleno sábado de Carnaval. Tem um post perdido sobre isso em algum lugar, não gosto nem de lembrar... Horas intermináveis de Freeway e sol a pino, Helena passando calor no banco de trás, movimento de montão, BR 101 ainda com muitas reformas, chuva na praia e tempo fresco na nossa terra. Resumindo, dinheiro colocado fora.
Esse ano já havíamos acertado que não iríamos para a praia, porque eu estaria demasiadamente barriguda para enfrentar a batalha da estrada; se viajássemos seria para outros lados, ou aproveitaríamos as maravilhas de uma Porto Alegre vazia. Claro, não perguntamos a Beatriz o que achava da ideia.
Pois cá estamos nós, no contrafluxo da folia, curtindo o anti-Carnaval: o silêncio da nossa terra! Salvo pelo gaúcho pilchado que beijou o poste da esquina no domingo pela manhã, de resto parece que estamos parados na madrugada: quase ninguém na rua, poucos ônibus e pouquíssimos carros (para o padrão da Assis Brasil, claro). Ah, sim, embora faça calor de dia - afinal, ainda é verão - a noite somos brindados por um delicioso vento geladinho, aquele que pede um casaco fininho ou, deixando uma fresta na janela, um lençol até o pescoço.
Melhor só se pudéssemos curtir a cidade, mas a Beatriz dentro da barriga e eu não internada em nenhum hospital é melhor que qualquer rota turística.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Garota escolada

Vai muito bem a vida escolar da dona Helena, dá até uma pontinha de ciúme!
Sai saltitando estrada a fora, quase corre quando chegamos na subidinha logo antes da escola, bate no portão, sobe os degraus e cumprimenta as professoras com um abraço. Para quem a larga nem um tchau, obviamente. Possessividades maternas a parte, me faz realmente feliz o fato da pequena agradar-se tanto da sua atividade diária, sendo uma diversão, não um castigo.
Anda muito pintora, um perigo! Qualquer coisa riscável, ainda não descobriu as paredes, mas não dá para deixá-la sair da vista com o seu giz de cera. Ambidestra, por enquanto, não que isso nos preocupe.
Poucas palavras, muitos sons e muita dança
E cada vez mais linda, claro!

32 semanas

Dizer que filhos e gestações são diferentes é parte do meu trabalho, e algo que realmente acredito, mas eles não precisavam reafirmar com tanta veemência!
Cá estamos, Beatriz e eu, repousando a esta altura do campeonato, para conter minha natureza de boa parideira. Aconselharam-me a não dar a luz a uma criatura ariana, mas na atual conjuntura, torço para que não seja de peixes; uma taurina será um luxo!
Sempre tive medo dos prematuros, já atendi um sem número deles ao nascer, dos mais diversos tamanhos, aos pares, aos trios, com outros problemas... Mas eles me intimidam! Fora que ser a "dona" de um deles é tão natural para mim quanto a possibilidade de fazer uma cesariana: sei que isso pode acontecer, mas graduo como uma chance mínima!
Considerando-se que estou em casa, concluo que a coisa não vai assim tão mal. Por outro lado, fazer repouso tendo uma linda alemoa de 1 ano e 8 meses, não é exatamente fácil. E, obviamente, não a culpo, ela não pediu uma irmã, tampouco uma mãe que não pode pegá-la no colo.
Enfim, por este e por alguns outros motivos, Beatriz vem dando o seu recado. Espero somente que escute o meu e mantenha-se onde está, afinal ainda não é gente que chega para estrear aqui fora.