segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mil e duas

Dizer que o tempo passa correndo não é exagero quando falamos de crianças. Hoje é uma proeza, amanhã já é outra e assim seguem-se os dias.
Dona Helena, desde a última atualização bloguística, já incrementou seu repertório de traquinagens, e creio que não há de encerrá-lo tão cedo (quiçá, algum dia!). Desde que aprendeu a subir no sofá não temos mais sossego, a não ser que esteja em seu cercado; neste também não ficará por muito tempo, pois tem estudado uma rota de fuga, envolvendo um balde e escalada. Os dias estão contados...
A diversão maior, claro, não é subir e sentar no sofá, é percorrê-lo de um canto ao outro, correndo, parando em um lado para olhar para a janela, e em outro para tentar pegar o telefone. Já tivemos um tombo, que, graça a agilidade das suas mãos, não foi de porongo. Deixou para dar de cabeça no chão quando proibida de subir, num acesso de brabeza, ao empurrar-se da almofada. Não sei por quem puxam.
De falar não quer saber muito, embora saiba o nome do que lhe interessa. Eventualmente sai um arremedo de beijo (mandar sabe muito bem, até distribuiu uns dois babados na minha bochecha) e muitos auás, ao toque do telefone. Fala no que houver por perto, mamadeira, chinelo ou só com as mãos.
Anda bebendo mais água que um camelo e, se não visse entrando goela abaixo, poderia jurar que derramava direto dentro das fraldas: uma mamadeira e, em 15 minutos, uma fralda transbordando. Leite também vai bem. Três aquisições para o futuro: um penico, uma fonte e uma vaca.
Fora isso, deve ter tomado algum tônico de crescimento, porque não há roupa ou sapato que durem. Penso que essa história de irmã maior esta lhe subindo a cabeça.
É a alemoa melada mais linda desse mundo. O nosso mundo =)

sábado, 6 de novembro de 2010

Helenês 1

- Auá*? Auá?
- Auááá!!!
- Hahahaha...
- Ixi, ixi, ixi...

*Auá=alô, o resto só Deus sabe...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Paz, eu quero paz..."

Sim, eu sumi.
Esse negócio de gerar uma pessoa dá um cansaço físico e mental sem tamanho!
Não que não houvesse muitas coisas de que se falar, mas a vontade de dormir, de ficar olhando a Helena brincar ou de não ter que pensar em como escrever sempre ganha. Fora a ideia de não ter tempo nenhum daqui há alguns meses, isso também antecipa a minha fadiga.
Mas o tópico de hoje é breve, mini-desabafo.
Sabe aqueles momentos especiais da vida? Vestibular, casamento, formatura, filhos... É tão bom poder aproveitá-los em sua plenitude, sem se preocupar com o mundo lá fora, né? Não sei!!! Porque em nenhum deles pude dizer tal coisa, que me dediquei somente a vivê-los e aproveitá-los , a me preocupar somente com os problemas relacionados a eles, sem ter que resolver as pendengas usuais e as outras que parecem se atrair pela minha felicidade. Dessa vez não seria diferente.
Mas tudo bem, não vou citar milagres e nem santos, já foram ditas muitas coisas ultimamente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sono

Peço perdão aos meus poucos e fiéis visitantes, sei que ando em dívida com o meu blog, mas tenho uma justificativa plausível: gravidez.
Sei boa parte das explicações científicas, mas a realidade foge aos livros. Se há um sintoma que não é devidamente quantificado na literatura, este injustiçado é o sono.
Sono de grávida é algo fora do normal! Chega próximo ao sono do recém nascido, só da vontade de acordar para coisas inevitáveis, como fazer xixi e comer (nesta ordem). É uma moleza sem fim, poderia passar o dia só mudando de lado...
Esta aí a minha explicação, um cérebro comandado por Morpheu, longe de estar cheio de ideias.

sábado, 4 de setembro de 2010

HelenaMaria!!!

HelenaMaria!!!
Grita o pai dela, no momento em que a dita põe abaixo os DVD's, pela quinta ou sexta vez. Já avisei para parar de chamá-la assim, vai achar que é este mesmo o seu nome.
Impressionante como adquirem velocidade, principalmente se o objetivo é ilícito, como inventam artimanhas e escusas. E como esticam aqueles braços! Os objetos estão cada vez mais para trás, e vira e mexe são alcançados.
Há de ser uma moça muito católica essa minha filha, porque sua maior diversão é adentrar meu quarto e carregar, com as duas mãos, o Catecismo que se encontra no nosso criado mudo. Aliás, os Catecismos, leva uma cópia de cada vez, folheia e depois segue o curso natural: a boca. Não podendo pegar estes exemplares se satisfaz com A Boa Semente, com o Santo de Cada Dia ou, em último caso, Como Orar.
Artes a parte, não tenho quase nada do que me queixar, até fica no colo, nem que seja para tomar seu leite de canudo (ou iogurte, contanto que seja gelado!), dá o abraço mais gostoso do mundo, deita a cabeça no meu ombro e até dá uns resmungos para "se nanar". Penso que ainda não fala para não ter que dar-me explicações.
É um amor imenso, não vejo outra palavra para defini-lo, incondicional e crescente. Ela que não saiba, mas mesmo as traquinagens são dignas de admiração, pois é uma graça ver alguém daquele tamanho abrir a porta da cristaleira devagar, para não fazer barulho, ou sair caminhando em alta velocidade, com algo que não lhe pertence nas mãos.
Um pedacinho de nós, o mais amado de todos!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Números

Gostaria de pedir desculpas àqueles que passam por aqui para lerem minhas irrelevâncias. Sorte minha que escrevo porque gosto, pois se fosse esse o meu emprego estaria na rua.
Tive um certo branco, bloqueio ou qualquer outra palavra que sirva para descrever uma ausência de ideias. Não por falta de acontecimentos, podem ter certeza, mas por não conseguir organizá-los em mais de uma frase.
Acho que finalmente conseguirei... Um momento Erin Brockovich.
30: idade que completei no último dia 13;
4,5: quilos que sobraram depois da gravidez;
40: tamanho das minhas calças, para o qual retornei, mesmo com o resquício ali de cima;
1,2: idade da minha filha;
1: vezes que fiz sexo sem nenhuma proteção;
14: dia do meu ciclo no evento acima;
717,5: valor do beta-HCG que fiz em 21/08/2010;
2: gestações que já tive;
5+4: semanas e dias da minha gravidez atual;
10x10x10... : minha felicidade e as boas coisas que a vida me guarda!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nada fantástico!

Não sei se vocês já viram o filme Olha Quem Está Falando, um bem antiguinho, com o Travolta e a Kirsty Allen. Tem uma cena em que ela se olha no espelho, com os peitos enormes, toda bagunçada, se sentindo um lixo e o Travolta chega, ela tenta se arrumar e nada fica bem...
Domingo estava a ouvir o Fantástico, uma matéria sobre o Dia dos Pais, quando anunciaram o crime: iriam visitar uma mãe que recém havia dado a luz, uma puérpera!!! Hormônios, mamas estourando, barriga de 6 meses (e sempre tem algum grosso para olhar e perguntar "mas não nasceu?"), fora uma ausência de auto-estima, até porque não há tempo - e nem vontade - de parar em frente ao espelho.
A beleza desse momento é totalmente poética, emocional, afetiva, amorosa, é a consagração de uma união, o milagre da vida... Mas a beleza física? Ih, há umas 40 semanas de distância e, a não ser que seja uma Gisele, ela não volta assim no mais, normalmente não volta nem na velocidade em que foi.
Mas não estou me denegrindo ou reclamando do meu corpo atual (não desta vez), só estou imaginando mostrar, em rede nacional, essas formas peculiares, as olheiras, a cara de sono (definida por mim como "cara de puérpera", adjetivo que uso quando saio sem maquiagem nenhuma), o cabelo bagunçado...
Deve ser por isso que não nos importamos quando as visitas só tem olhos para o bebê. Mas no Brasil todo, alguém deve ter reparado na mãe.

sábado, 7 de agosto de 2010

TPM

O assunto não é novo, mas, em virtude dela, preciso externar meus sentimentos...
Não sei de onde vem essa sensação, e me custa acreditar que somente hormônios possam causar tanta ira. Sim, não vejo nada melhor que um dos pecados capitais para descrevê-la.
Vou tentar materializar o turbilhão, vai que ajuda!?
Nunca pensei em trabalhar como cuspidora de fogo, mas imagino que, se o artista engolisse ao invés de cuspir, seria mais ou menos o que sinto na boca do estômago. Um calor imenso, que começa bem no meio de mim e vai subindo, sem precisar de nenhum grande motivo para ser desencadeado.
Junte-se a isto um zumbido, que toma conta dos pensamentos - nenhum executável, daqueles que fica o diabinho ao lado -, sucedido por uma tremenda dor de cabeça e uma vontade de esmurrar, espancar, destroçar, etc, o estopim do evento. Para finalizar, a capacidade de dizer os maiores palavrões e impropérios de que se tem conhecimento, por pouco mais que nada.
Trânsito, roupa que não serve, filho que chora, casa desarrumada, funcionário ruim, colega que não se manca, campanha política, o frio do sul, bagunça do gato, cortina rasgada, o mundo, as dúvidas... Tudo isso, qualquer coisa dessas ou algum outro motivo idiota.
Espero não ser encaminhada para internação psiquiátrica depois deste desabafo! Precisava somente dar forma ao meu monstro.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sapos

Há 10 anos atrás meus pais se separaram, e muitas coisas se perderam nesse processo. Muitas materiais, mas são as imensuráveis as que mais fazem falta.
Não fui uma adolescente rebelde, mas era bem desaforada e sem papas na língua. Isso me foi de grande valia, pois conseguia expressar muito bem para o meu progenitor as minhas (e não só as minhas) opiniões sobre as suas escolhas e seu novo estilo de vida.
Veio a faculdade, a tal da UFRGS, cada um por si e (dependendo da causa) Deus por todos. Descobri que o Campus do Vale era muito longe, que tem professor na faculdade que não sabe ensinar e resolvi dizer isso na cara da "mestra". Me irritei com os CDF's na aula de anatomia, saí arrastando banco e pisando firme e ganhei uma aula quase exclusiva, juntamente com o título de "braba" conferido pelo professor.
Passei com C em anatomia, rodei na cadeira da professora ruim, fiz uma tatuagem, fui para a praia com as colegas e arrumei um namorado ciumento. Ciumento, doido e motoqueiro, conhecido também como "o motoqueiro maluco". Foi aí que a mudança começou. Deixei de falar tudo o que pensava.
Tenho saudades do tempo em que o caminho entre o meu cérebro e a minha boca era mais curto, de quando não ficava quieta ao invés de dizer o que se merece, de quando não trazia as respostas para casa para ficar remoendo-as no banho ou enquanto congelo os dedos lavando a louça. Era bem melhor simplesmente vomitar as respostas e fazer que não percebeu a cara de espanto do atingido, dizer que não quero que isso fique ali, que eu não concordo com o que tu pensa, que isso me irrita profundamente, que aquilo tem que ser de outra forma.
Hoje em dia sou a pessoa educada, a enfermeira legal, a parente que não discute... E por aí afora, enquanto engulo lagoas inteiras de sapos. Meu medo é que dê indigestão.
Ah, sim, quer saber se o que eu escrevi é para ti? Se não é, um dia foi. Mas não adianta me perguntar, sou educada demais para responder.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Já passou o disco voador!

Ora, ora, um adendo futebolístico...
Frase batida, mas não foi dessa vez. Não sei de quem foi a culpa, mas, seguindo na linha do plágio, ao menos perdemos para uma seleção melhor que a nossa.
Fico a pensar que a imprensa argentina terá de começar a procurar as tarjas pretas, para cobrir as vergonhas de Don Dieguito!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um dia ainda escrevo um livro (3)

Residente na sala de parto...
- Isso, Fulana, mais uma força boa como essa a tua neném nasce, já estou vendo os cabelinhos dela!
Diz a parturiente:
- AI, DOTÔRA, ENTÃO PUXAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

sábado, 26 de junho de 2010

Copa

Estava há horas (desde que a febre verde amarela da copa começou) para escrever o que se seguirá, mas não tinha conseguido formular a ideia toda. Acho que agora deu!
Não tenho absolutamente nada contra futebol. Pelo contrário, até gosto. Sei o que é impedimento, vejo jogos que não são do meu time, depois do advento do Cartola até de esquema tático passei a entender um pouco. Sei que Ganso e Pato são mais que dois bichos com penas, que o Adriano ainda não decidiu se quer imperar nas Américas ou na Europa. Enfim, não poderia ser cronista esportiva, mas não sou uma total alienada.
Massssssssssssss...
Sempre há um mas.
Sou enfermeira, e se tem algo que posso dizer é que a vida não para por nada nesse mundo. Não importa se é Carnaval, virada do Ano ou jogo do Brasil. As crianças continuam nascendo, inclusive às 8h30, 11h ou 15h30 (horário de Brasília) e nos 90min que se seguem. Não tem jogada de craque, falta para cartão vermelho ou prorrogação que mude tal fato. E também não importa se agora o horário das 8h30 não existe mais no calendário de jogos, isso não fará a menor diferença.
O que eu não consigo entender (porque dizer que não consigo admitir não adiantará nada) é porque um país inteiro precisa parar em função de um campeonato de futebol!!! É contra producente!!! Se há apagão e as empresas precisam parar, é prejuízo e culpa do governo (só desse, dos outros que não investiram nada ao longo dos anos não), mas se o assunto é copa, ninguém contabiliza o que se deixa de fazer. O negócio é achar bonito telão na rua e um monte de trabalhadores fazendo nada.
Falam em ser brasileiro, em ter orgulho do seu país... Só de 4 em 4 anos? Sou brasileira trabalhando todos os dias - ganhando em um ano menos do que muitos lá ganham em um dia-, não roubando nada de ninguém, não dando jeitinho, sendo honesta e tentando fazer a minha parte no mundo. Fico feliz quando vejo uma família nova nascendo, quando ouço uma criança chorando pela primeira vez, quando consigo ajudar alguém em momentos tão (realmente) importantes. Me indigno com mães irresponsáveis, profissionais inconsequentes, com quem perde a vida antes mesmo de tê-la.
Não vou torcer contra a seleção, crucificar o Dunga (mas que ele é cabeçudo, ah, isso ele é!) ou querer que o Maradona corra pelado em Buenos Aires, até porque isso não irá mudar a vida deles. Muito menos a minha.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Clichês

Nunca achei legal gastar-se mundo e fundos em uma festa de 1 ano. Não por falta de merecimento (se fosse esse o critério teria de ser um casamento cigano), mas porque os pequenos não entendem o que está a acontecer, nem de onde sai tanta gente para invadir os seus espaços. Isso, claro, sem contar os inúmeros beijos, apertões, colos nunca antes vistos, etc, etc.
Pois bem, Helena fez jus às minhas ideias. Sabe aquela criança que chora, fica doentinha e dorme na festa de 3 mil reais? Tirem a cifra astronômica e será a minha loira!
Podemos dizer que ela utilizou-se de boa parte dos clichês conhecidos: ficou doente, dormiu tarde, não quis usar o sapato da festa, não foi no colo de quase ninguém, não bateu palmas no parabéns (coisa que faz há meio ano), não sorriu para foto, não deu tchau, se soltou depois que as pessoas foram embora, se interessou mais pela caixa do que pelo presente e, para fechar com chave de ouro, começou a caminhar no dia seguinte da festa!
Mas, mesmo assim, estava absolutamente linda =)

sábado, 19 de junho de 2010

Um ano

É incrível essa história de relatividade do tempo. Quando se diz que as crianças crescem muito rápido parece papo de avó, mas não é.
Há um ano atrás eu estava neste mesmo hospital, não trabalhando, mas tendo trabalho com uma linda menina recém nascida, que insistia em chorar após ter mamado... É fome, disse a técnica de enfermagem, enquanto dava paracetamol para a dor que eu pensava saber que ela sentia. Sim, era fome, mamou e dormiu. Dormimos, melhor dizendo.
E lá se foram algumas deduções equivocadas, poucas cólicas, alguns sustos, mas essencialmente muitas alegrias. Vida nova que chegou com essa nova vida.
Teve viagem pra Santa Catarina, casamento com choradeira, troca de fraldas na sacristia, risadas no trocador, banho de mar, banho de piscina, banho de qualquer coisa no calor infernal do verão, mamadeira de mãe, bico a contragosto, vacina, pequenas artes, alguns passos... Nossa, um mundo de coisas.
Doeu ser mãe desnaturada e ter de deixar minha cria em casa e vir trabalhar, mas compensa chegar e ser recebida com festa. Era interminável o primeiro mês, mas a chegada dos sorrisos fez parecer um passado muito distante.
Nada se compara a felicidade de ver aquela menina linda e loira, com suas bolitas verdes sorridentes, quase botando abaixo seu cercado quando avistava a mãe retornando do trabalho. São tantos os momentos mágicos, as conversas com seus bichinhos na hora de dormir, o colinho de mãe (segurando a minha mão e a máscara) nebulizando quando estava dodói, a conversa da hora do papá.
Posso citar aqui 365 motivos e momentos, e isso não equivaleria a nem um dia da minha felicidade!
Te amo, filha!

sábado, 12 de junho de 2010

Trilha sonora

Estava eu a escutar algumas músicas em meu celular, quando dei-me por conta de como os anos passam (não que nunca houvesse percebido), como os momentos se sucedem, como as coisas boas vem e as ruins vão embora.
Comecei a pensar em todas as músicas que já foram nossas. Alegres, tristes, clássicas... A memória auditiva, se é que existe tal termo, rebusca cada sensação associada àquela melodia, toda a vez que ouvimos tais versos.
Tivemos Sonetos de Fernando Pessoa, poemas de autoria duvidosa, equalizações, sintomas de saudade, conversas de botas batidas... Fomos solidários aos sofrimentos e alegrias de Nando Reis, Caetano, Flausino, Lulu Santos, Rita, Maria Rita e tanto outros que fizeram arte com as misérias e as riquezas do ser humano. Cantamos e declaramos o nosso amor imperfeito pelas palavras de quem vive de traduzir o que o coração e alma sentem.
Sei que dias dos namorados é somente uma data comercial, mas, não tendo eu ido ao comércio, resolvi ter o meu momento escrito. Vim para dizer que a música que toca na minha vida há quase 9 anos é a que me dá razão para viver e buscar ser melhor. Se algumas vezes eu mudei de estação ou diminuí o volume, foi por não prestar atenção no que ela me dizia.
Muito obrigada por me tocar tão bem =)

sábado, 5 de junho de 2010

Pisca-pisca

Quanto mais ando no trânsito, mais tenho certeza que, se trabalhasse de motorista, ia enfartar aos 30, ou ter meu momento " Um dia de Fúria".
Várias coisas irritam: a burrice de alguns, a falta de noção de outros, mas, principalmente, a prepotência dos poderosos. Gods of War, atirando seus possantes para todos os lados.
Nisso tudo, o que mais me intriga é a falta de um item obrigatório em qualquer veículo motor: o pisca-pisca, seta ou qualquer outro nome que tenha. Será que carros importados não o possuem??? Ou será a alavanca que falta??? De repente colocaram a mudança de marchas no volante e retiraram esse item opcional, após verificada a ociosidade de tal pecinha.
Mistério... O dia que eu tiver um importado e não der seta para nada eu descubro.

sábado, 29 de maio de 2010

Êêêêêê!!!

Nossa, nunca achei que acentos e cedilhas fizessem tanta falta!
Casualmente, na frase acima, nenhum fez-se necessário =)
Fim da licença poética, ABNT 2 configurado!

terça-feira, 25 de maio de 2010

O que nao ter embaixo, abaixo ou nos arredores da sua janela

A Assis Brasil, independentemente de todas as suas facilidades e comodidades.
O corredor de onibus.
Os Azuizinhos (agentes de transito aqui de Porto Alegre).
Ticanos tocadores de flauta andina, com suas caixas de som magicas (sim, porque só assim pra tocarem tão alto!!!).
O Brasinha (aguardem, em breve vídeo ilustrativo).
Os amigos do Brasinha: Alemão da Banca, o Pitbull, Boteco do Júnior - o novo point do "Happy Áudio" na zona norte, Lavagem do Peninha, o Churros e todas as mocas abanantes da calçada.
O Boteco do Júnior (embora o xis seja otimo), com a musica ao vivo nas sextas e as muitas saídas com o pessoal do trabalho.
O cachorro quente tradicional do fim de noite.
O quase imperceptível, mas tremendamente irritante, chaveiro 24h.
O deposito do Nacional.
A moto com alarme que sempre dispara.
Ambulâncias, infindáveis ambulâncias.

domingo, 23 de maio de 2010

Pressa

Pois estava eu no corredor do Bourbon um dia desses, comprando algumas coisas básicas, com alguma pressa, e me dei por conta de mais uma faceta estranha do comportamento humano. O humano em questão, nesse caso, era eu.
Não sei se isso acontece com quem não dirige, mas depois de um certo tempo, passamos a "pilotar" absolutamente tudo que podemos. Carro de supermercado, bicicleta, carrinho de nenem, expresso canelinha...
E la ia eu, andando na velocidade máxima permitida pelos corredores, costurando e praguejando contra carros parados em fila dupla, achando um absurdo crianças fora das cadeirinhas, me incomodando com os vagarosos...
La pelas tantas, depois da segunda ou terceira ultrapassagem perigosa, tive um leve acesso de riso, reconhecendo o meu comportamento cosmopolita ridículo, de pessoa atarefada e apressada, sempre tentando ir mais rápido de um lugar ao outro, pegando menos sinaleiras vermelhas, procurando atalhos, decorando os buracos e obstáculos do caminho.
A vontade não eh de estar em vários lugares ao mesmo tempo, mas sim de voltar o mais rápido possível para aquele de onde não queremos sair.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Nossa, eram muitas idéias sobre o que escrever, mas parecem que todas me chegam aos domingos. Fiquei um tanto constrangida em colocar mais uma postagem dominical, meu blog está virando quase a coluna do Dom Dadeus!
Resultado: fugiram-me as idéias!

domingo, 9 de maio de 2010

Velha Infância

Casa da Clou no domingo. Piscina do condomínio. Ninho de Páscoa escondido. Bolinho de chuva com açúcar e canela.Verão em Sobradinho. Barraca de colcha e cadeiras. Mocotó do tio Roberto. Pizza na sexta-feira (sardinha, calabreza, presunto e banana com canela). Salsicha de lata. Toca-discos. Fusca branco XZ 1356 - sem a tampa de trás nas viagens de verão. Maquina fotográfica de olhar por cima. Filme de 12 fotos. Mãe desenhista de árvores de espuma na pia de inox. Patins nos corredores, fugindo do Seu Juvenal. Aula de karate. Conserto de pé torcido no Independência. Jogo do Grêmio. Amendoim com casca no Olímpico. Pampa-safari, brincando de dirigir no colo do pai. Campeonato da CEEE no Força e Luz. Pelada de sábado no Morro do Sabiá. Tricô. Máquina de costura. Esconde-esconde na floresta da tia Rosa. Fugida para a casa do Dudu, portão de madeira (sempre aberto) a fora, pelo caminho interminável de areia. Banho de mangueira. Banho na piscina de peixes e mergulhadores da Cha. Escadaria de poucos degraus do Gavião. Órgão da Hering. Fita gravada do rádio. Lambada. Reunião dançante no salão do Ilhas. Banho de Guaíba no Beco do Cego. Quintão, passeio no Chafariz. Uniforme azul do Adventista. Mamadeira de Nescau. Nega maluca de aniversário. Xis do lado do Beira Rio, para comer dentro do Fusca. Mãe de unha vermelha e pulseira melindrosa de prata. "Benção pai, benção mãe! Deus te abençoe, minha filha!"
E ainda sobraram coisas boas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Para que um blog então?

Há quase oito anos atrás, quando Lula assumiu a presidência do nosso país, praticamente todos (incluindo o presidente em questão) acreditaram que reformas revolucionárias invadiriam as ruas, cidades e estados da União. Não foi assim. As mudanças vieram de forma mais macia, mais lenta e gradual, com muito mais sutilezas, diplomacia e até um certo cinismo, necessário às relações adultas - sejam ela dentro da nossa casa ou em nível mundial.
Não estou aqui para falar mal do presidente (não o faria), nem bem também (até o faria), época de eleição, não quero ir presa. O assunto em questão é o meu blog.
A ideia era simples: um lugar para falar do dia a dia, coisas boas ou não tão boas, sem melodrama, para quem quisesse ler. Parece tão simples, né? Nada simples, questões diplomáticas muito complexas. Do que é feito meu cotidiano? Trabalho e relações interpessoais.
Não sou suficientemente idiota para falar mal do meu trabalho, com ou sem nomes revelados, mesmo tentando ser ética. Compartilho as coisas boas, as situações engraçadas, mas não posso, por exemplo, falar que é uma droga ter 20 pacientes em um lugar onde cabem doze. Ops, falei... O presidente apertou a mão do Obama, chegou a ser considerado por ele "O Cara", até andou fazendo algumas afrontas tarifárias, mas jamais diria ao Tio Sam que foi o Vietnã quem ganhou a guerra.
No que tange o outro aspecto, não me pronunciarei. Países de fronteira não devem ser contrariados. Vizinhos próximos (falo de países!!!), mesmo que sejam um Uruguai da vida, estão sempre ao nosso lado, se não para o bem, também não para o mal. Não convém pisar nos calos de quem pode, por muito pouco, fechar as fronteiras e acabar com as relações cordiais.
Então do que se fala em um blog??? De amenidades! As pessoas não falam sobre receitas, viagens, tricô, cachorros, etc, etc, etc, porque gostam dessas coisas, mas sim porque não podem falar do que realmente querem. Mentiras e inverdades da vida adulta.
Inventarei o meu "Boas Noites", meu "Mary Westmacott", alguém que viva uma outra vida que não a minha, assim poderei falar do que acontece a uma certa enfermeira mãe de família...

domingo, 25 de abril de 2010

Nota de uma companheira censurada

A ditadura baixou aqui em casa.
Um barbudo de farda rubra impediu-me de externar minhas concordâncias e discordâncias para com a vida alheia. Provável mágoa pela derrota do partido que rege a sua bandeira.
Falaria eu sobre meus acertos e desacertos, sobre o que gosto ou não, sobre antes estar só do que acompanhada (não necessariamente mal). Enumeraria os porquês e as razões da minha escolhida (eventual e oportuna) solidão, sobre conselhos e pitacos, infundados ou não, mas o DOPS calou-me.
Aqui a direita veste encarnado e esconde-se em sua diplomacia habitual.
O protesto vem do azul.

Ocitocina

Há umas duas semanas atrás, conversava com uma das médicas lá do meu trabalho sobre parto, se realmente doía ou não, entre outras coisas, e comentei que a lembrança da dor é muito remota, logo deduzo que não era nada excruciante. Chegamos, então, na tal história de a ocitocina (hormônio que nos faz ter contrações, que liberamos quando damos de mamar, quando estamos perto de alguém que amamos, enfim, o hormônio do amor!) ter propriedades "amnésicas" (existe tal palavra???), como alguns anestésicos usados em cirurgias.
Pois bem, com ocitocina ou sem, graças ao bom Deus, tem muita coisa que a gente acaba esquecendo. É para o bem da humanidade!!!! Falando sério, se lembrássemos de todos os passos iniciais da vida em família, de todas as nossas dúvidas, de todos os choros indecifráveis, de quantas horas dormíamos ou deixávamos de dormir, não teríamos, nunca, mais de um filho. E não escrevo isso para fazer drama, ou para ser triste, como me disse meu marido enquanto bisolhava meus escritos, só para partilhar minhas ideias.
Graças a este mesmo Deus, os meses passam, e, ao contrário de quase todas as outras facetas da nossa vida, na parte maternal ficam muito mais as lembranças alegres do que as tristes. Lembramos muito mais do primeira vez que nos olhamos nos olhos, primeiro sorriso, do primeiro dente, dos baláblablás, passeios em família, caras e caretas ou muitas outras ínfimas coisas que essas pessoinhas fazem e que nos deixam tão felizes!
Depois dizem que ocitocina não é bom...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cartão para o Bernardo

Compadres
Desculpem a indiscrição no tamanho do cartão, mas não tem problema, combina com o Bernardinho...hihihi...
Ficamos muito felizes quando soubemos que estavam grávidos, mais ainda quando fomos convidados a partilhar os cuidados e a educação dessa pessoinha. Sempre torcemos pela realização dos sonhos daqueles que amamos =)
Daqui para frente a vida será mais completa (no início meio repleta...rs) e com mais sentido do que jamais sentiram. Vão se perguntar como pode ser possível sentir tanto amor, em tão pouco tempo, por alguém que está a tão pouco tempo no mundo. Vão poder carregar e acarinhar e amar o maior milagre de Deus, alguém feito de vocês dois, alguém que era somente um pontinho pulsante há menos de um ano atrás.
Enfim, serem PAI e MÃE, com todas as dores e delícias incutidas nessa árdua e linda tarefa. Estamos sempre por perto para o que precisarem, afinal, como me disse meu compadre uma vez, afilhado é quase filho, ?
Parabéns, que Deus e o Santo Anjo os abençoem e estejam sempre junto de vocês!
Beijos,
Pati, e Helena.

P.s: Chegou o Bernardo, afilhadão lindo da dinda: dia 22/04/2010, às 6h28, pesando 4375g e medindo 51cm!!!

sábado, 17 de abril de 2010

Um dia ainda escrevo um livro (2)

Enfermeira fazendo "sala de espera" com as gestantes, grampeando folheto explicativo nas carteiras de pré-natal.
- Não, não, não, enfermeira, na minha não coloca grampo!
- Mas por quê???
- Porque no presídio não pode entrar com grampo, e só posso ir na visita íntima se levar a carteirinha.

Adolescente na sala de parto, neném quase nascendo, mãe incentivando a filha a fazer força.
- Vamo, Fulana, faz direito pro neném nascer logo, tu não tá fazendo como tem que ser!
- ...
- Vamo, Fulana, não é assim!!!
- MÃE, TU NÃO ME CRITICAAAAA!!! EU COM DOR!!! NÃO ME CRITICAAAAA!!!
Depois disso o neném nasceu.

Neném nasceu, enfermeira e pediatra atendendo no berço, tudo certo.
- Pesou quanto?
- Ainda estamos secando, vamos pesar em seguida. Ali a balança, ó, o senhor pode tirar foto do peso se quiser.
Neném pesado. Nenhuma fita métrica na redondeza.
- E quantos centímetros, dotôra???

Nasceu um menino.
Levamos para o berço de atendimento, pai veio junto. Desenrolamos para secar e eis que o rapaz tinha documentos avantajados.
O pai olhou para a cara.
Olhou para o pinto.
Olhou para a cara.
Olhou para o pinto.
Olhou para o pinto.
Olhou para o pinto...

Jornalistas da mamãe

Sempre gostei de escrever. Meu pai me disse uma vez que eu me expressava muito bem, comentário a respeito de uma missiva "pós separação" que havia destinado a ele. Nossa língua, porém, não estimula o amor pelas letras: é pouca regra e muita exceção!
Minha mãe, sócia fundadora do meu fã-clube, achava mesmo que eu deveria ter feito jornalismo, já imaginava-se comprando jornais com a minha coluna diária. Muito realista que sou, não pretendia morrer de fome, então fiz Enfermagem. Tampouco ficar rica, então fiz Enfermagem.
Eis que um dia resolvi fazer um Blog. Parecia-me mais simples a confecção e customização do dito cujo, afinal, está cheio de aborrecentes blogueiros por aí. Fiquei me sentindo uma adulta antiquada, mas consegui fazer o básico... Nascia minha coluna particular, não remunerada, mas sem editor para revisar ou censura da direita para vetar opiniões revolucionárias.
A mais original das ideias, pensava eu! Maravilha! Derramaria aqui todos os anos de criatividade armazenados na minha cabeça ou expostos a muito menos que os muitos leitores que me visitariam diariamente. Pessoas sobreviviam através de seus Blogs, era uma profissão: blogueira. Viver de contar ao mundo quantos cocos minha filha fez hoje, onde eu encontro boas roupas tamanho 50, o que achei do programa tal... isso para viver. Fácil, né?
Pois não sei se já observaram, mas na parte superior da tela existe um link, "próximo blog". Fui passando mundo por mundo, inúmeros infinitos particulares, entrando em algumas casas, me identificando com algumas famílias. O que descobri? Um sem fim de Marthas Medeiros e Davis Coimbras frustrados! Cronicas, textos, piadas, depoimentos, tudo no reconhecido estilo "isso-até-eu-escrevia" (frase dita ao jornal, quando lemos um texto alheio), comum a nós, escritores menos famosos.
Vê só, né, mãe realmente é tudo igual! Pelo visto a minha não era a única que sonhava ter uma filha jornalista =)

sábado, 27 de março de 2010

Dear Janice Burgess...

Honestamente, não faço a menor ideia do que se passava pela cabeça desta brilhante mulher quando ela pariu aquelas cinco adoráveis criaturinhas, mas havia algo especial. Que tipo de poder paranormal aflora da TV quando os 5 seres, psicodelicamente coloridos, começam a cantarolar? Qual energia, emanada de histórias improváveis - no mais autentico estilo do mundo da imaginação - é capaz de fazer uma criança de nove meses sentar-se em seu cercado para ver TV, concentradamente, durante um episódio inteiro?
Mistério, mistério...

But I have just one thing - the most important thing at this moment - to say (by me and some others thankful mothers and fathers around the world): THANK YOU, SO MUCH, JANICE!¹ ²

O agradecimento é para a criadora dos amigos do quintal, por todas as roupas estendidas, louças lavadas, almoços quentes, banhos não adiados ou simples momentos de ócio que um bebê ocupado nos proporciona. Às favas com os teóricos que desprezam a babá do século XXI, quando bem utilizada, como neste caso, televisão pode ser de grande valia!
Sei que, muito provavelmente, Janice nunca lerá minha saudação ufânica aos seus aventureiros da Selva do Bornéu, da Festa na Caverna, da Patrulha Coletora do Espaço, do Deserto do Wyoming ou de tantos outros destinos que ainda não conheço (porque sabe como é criança, elege dois ou três prediletos, que são, incansavelmente, repetidos), mas fica aqui meu tributo a obra.
E viva os Backyardigans!

¹Tecla SAP: mas eu tenho somente uma coisa - a coisa mais importante neste momento - para dizer (por mim e por tantas outras mães e pais agradecidos ao redor do mundo): MUITO OBRIGADA, JANICE!

²Por que em inglês? Vai que ela me encontra no Google =)

domingo, 21 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um dia ainda escrevo um livro (1)

Sala de parto, paciente prestes a parir. Médico orientando trabalho de parto:
- Vamos, Fulana, força! Não para! Não para! Não para!... (música:) "Não para, não para, não para, não, não para, não para, não..."

Unidade lotada, pacientes entediadas, pondo-se a par uma da vida das outras.
- E tu, quantos tu tem? (filhos, subentenda-se)
- Esse é o meu quinto
- E tudo do mesmo pai?
- Sim... (sem entender a pergunta)
- Ah, não, mas tem que fazer que nem eu, tenho um de cada pai! Assim recebo seis pensões...

Funcionária questionava paciente que acabara de internar, para preencher folha de cadastro.
- Teu estado civil?
- Meu o quê?
- Tu é casada, solteira...?
- Sô ajuntada.
- E qual o nome do teu companheiro?
- Miro.
- Miro...?
- Miro.
- Mas Miro é apelido ou é nome? Mirosmar? E Miro de quê?
- Acho que é só Miro mesmo... é, isso, Miro. E de quê? Bom, o pai dele é da Silva... Põe Miro da Silva então!

Sala de parto, tudo preparado, neném no canal de parto, vendo os cabelinhos... Diz a mãe, até que calmamente:
- Ah, mas agora eu não quero, dá pra ser mais tarde?

Paciente falando sobre sua filha:
- Mas ela não mora contigo? (pergunto eu)
- Não, mora com a minha irmã. Já fez 26 cirurgias, mas tá viva! É que na minha família todo mundo morre do coração, é genérico.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quase discípula de São Bento

Eis que mês passado - em plena praia, feriado de carnaval - voltei a ser uma mulher completa, voltavam as minhas regras! Não estava triste por não tê-las, embora estivesse me sentindo um tanto quanto "menopáusica" sem o tormento mensal.
Bom, após um certo acidente de percurso, comecei a achar que poderia estar grávida novamente. Meu Deus, pensava eu, agora que entrei nas minhas calças 40 (e consegui ficar dentro delas sem morrer asfixiada!), tudo de novo... Sono, enjôo (não ia ser de novo, mas tenho certeza que não escaparia deles dessa vez), azia, cansaço, óleo+creme, consultas mil... Não estava preparada para essa maratona física e emocional.
O que mais me preocupava nem era isso, ficava triste por toda a atenção que deixaríamos de dar a nossa primogênita e a neném que viria, por termos duas rebentas pequeninas. Falo no feminino porque acho que terei outra menina, isso quando engravidar, o que não é o caso atualmente, só uma impressão. Ficava lembrando da minha sogra, que teve dois filhos com a diferença de 9 meses entre eles, do meu sogro perguntando quem teria bebê em 2011... Ainda pensei: me adiantei, vai nascer em novembro!
Sem suspense, fiz o teste e deu negativo. Mas voltei ao estado menopáusico. Ihhh...

terça-feira, 2 de março de 2010

Guia prático do trabalho de parto, parto e pós-parto. Para maridos.

Ano passado nasceu a nossa lindeza, essa aí da foto. Como trabalho no Centro Obstétrico, fiquei com medo de achar tudo muito natural e deixar o maridão meio perdido, até porque ele não me fazia muitas perguntas. Solução? O que sempre faço para deixar as coisas claras, escrever!
Quem leu achou interessante, então resolvi dividir com os demais pais e mães algumas informações de utilidade pública. Se querem glamour esperem o próximo parto de novela! Meu objetivo é informar, de maneira clara e objetiva, alguns pontos importantes sobre a Partolândia - e adjacências.

TRABALHO DE PARTO

- Pode demorar bastante... Na teoria: 1cm a cada 1h30, até os 4cm; após, 1cm por hora;
- Sim, acho que contração dói bastante. Tem gente que chora, gente que grita e gente que não sente quase nada (até um certo ponto). Não pretendo fazer escândalo, mas, se fizer, não te preocupa, contração não mata ninguém;¹
- Pode dar muito calor, frio, tremor, suador, enjoo, vômitos... Tudo dentro do esperado. Ah, sim, sangramento em pouca quantidade, por causa do colo dilatando;
- Analgesia (a famosa injeção nas costas, para tirar a dor) só pode ser feita a partir dos 3 ou 4cm, depende da situação. E ainda não tenho certeza se quero, sempre tem uma chance de passar um pouco para o bebê e ele nascer meio bobinho, demorar para chorar;²
- Se a bolsa não rompe antes, a médica rompe durante o trabalho de parto, para ajudar a nascer mais rápido (o bebê encaixa melhor e faz mais pressão no colo). O líquido da bolsa pode ser claro, tinto ou mecônio. Mecônio ou tinto é quando o neném faz coco, não quer dizer que precise ser cesárea, fica se ouvindo o coração do bebê para ver se está tudo bem;
- Só se vai para a sala de parto quando a dilatação estiver completa (10 cm). normalmente a médica pede para fazer força no quarto, para treinar e para o neném descer bem.

PARTO
- Bom, hora de fazer um bocado de força! A definição mais usada é "força de coco"!!! Pode ser "força aqui embaixo", "força bem comprida", "força aqui no meu dedo" (dedo esse que estará bem aí onde tu estás imaginando, na saída do túnel...rs);
- Se houver epísio (o corte), a neném pode nascer bem sujinha de sangue; quando não tem é bem menos. Pode ter uma meleca branca nela, vernix é o nome, é normal;
- Pode acontecer de eu estar muito cansada, a neném não estar na posição certa, não conseguir fazer a força direito, etc... Aí que se usa o forceps;
- A neném pode demorar um pouco para chorar, acontece às vezes (pela analgesia, se tiver mecônio, se o parto for muito demorado ou porque é um baby devagar mesmo rs...), nada que secando bem e dando uns petelecos nos pés não se resolva;
- O pai fica na cabeceira da mesa de parto. Fotografias, filmagem, tudo dali. Nada de olhar para a perereca da esposa!!!
- Tem pediatra que seca o bebê em cima da mãe, outros levam no berço e depois trazem de volta... Tem neném que mama já na sala de parto, outros só choram, uns ficam quietinhos.

PÓS-PARTO ³
- Pode dar tremor, queda de pressão... ou nada. Perde-se muito sangue, essa é a razão;
- Demora-se de 2 a 4h para poder levantar (12h, se for cesárea). Pode dar tontura e ter que voltar para a cama; se for ceareana, não tem como não doer nada; quanto mais demora-se para levantar, mais difícil é;
- O sangramento é mais forte que menstruação, ao menos nos primeiros dois ou três dias. Pode ter cólica forte (o útero tem que voltar para o lugar) e coágulos de sangue;
- Minha barriga não vai voltar para o lugar na hora, vai só ficar vazia...rs... E os peitos, lá pelo 3º ou 4º dia pós parto, aumentam um bocado!
- Os hormônios ficam bem alterados, o que pode causar uma certa instabilidade emocional. Nada que não tenha se apresentado durante a gravidez...rs

Observação importante: todo e qualquer trabalho de parto pode acabar em cesareana (se o coração do bebe começar a bater mais devagar, se a dilatação não completar ou se o neném for muito grande para passar pela bacia da mãe).

¹ Contrações não doem tanto quanto eu pensava, são bem suportáveis, embora um sem número de mulheres faça parecer o contrário;
² Analgesia ajuda bastante, mas não resolve a parte mais dolorida, a saída do bebê. Essa dor nada tira!
³ Uma geral sobre o pós parto: o sangramento (fraquinho) dura perto de um mês, isso que eu amamantei exclusivamente, o que ajuda a ser mais rápido; a barriga demora um bocadinho pra voltar ao prumo...rs... levei meio ano para voltar ao meu (quase) corpo de antes da gravidez; hormônios variam bem mais que na gravidez...rs

Massssssssss, tudo isso vale muito a pena! E o maior trabalho não é o de parto, é o que vem depois, no dia-a-dia. Loooongo, mas indescritivelmente maravilhoso!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que se espera de uma nação
Que o herói é a televisão
Que passa todos os seus meses mal
Melhora tudo no Carnaval

Dá pra brincar, dá pra comemorar
Só não se sabe muito bem por que
Entrou de cara na realidade
Na quarta feira que eu quero ver

Na quarta feira é a volta pra realidade que arde
Acaba a comemoração apaga a televisão pra não gastar a eletricidade
Como na Cinderela carruagem volta a ser abóbora
E na favela o carro alegórico some
E volta às sobras: sobra de feira, sobre de terra, sobra de chão
Sobre de lama, sobra de bala perdida, sobra de comida
Pra mucama, mucama que nada exclama, que não reclama, que não se inflama
Só basta ter novela, põe na tela todo mundo ama
Todo mundo mas na vida real todo mundo se odeia
E ódio gera ódio, um sobe no pódio, outro serve a ceia
Ceia do natal, tem Xuxa no carnaval
Mucama deitada na cama beijinho beijinho pau pau. Tchau!
Eu só vou te usar, você não é nada pra mim
Já temos outra pra colocar no seu lugar - Pirlimpimpim!
Abracadabra, é como mágica, mas não é abra-te Sésamo
Porque aqui as portas só se fecham
Bum! É menos uma oportunidade
Não é só a quarta feira que é de cinzas, na verdade é a semana inteira
Quinta, sexta, sábado, domingo e segunda
E o povo mucama continua sorrindo levando nas coxas, levando na bunda
Mas não faz mal, porque depois melhora tudo, no carnaval!

(Mucama - Cidade Negra)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A democracia do engarrafamento

Quando nós viajávamos de ônibus, ou seja, até dezembro de 2009, eu já havia observado a infindável quantidade de carros que inundam as nossas ruas e estradas. Na véspera da virada de 2008 para 2009, levamos 3h para percorrer os 100km da Freeway.
Eis que esse ano adquirimos um carro - como já havia comentado anteriormente - e pude comprovar na pele, tostada pelo sol, que está ficando impossível sair de Porto Alegre sem pegar horas e horas de trânsito lento e congestionamentos. Um mar de tetos refletindo o sol escaldante do verão de Porto Alegre.
Mas uma coisa podemos dizer do congestionamento: ele é democrático. Fiat 147, ônibus, caminhão, fusca, carro 1000, com tração nas 4 ou sem... todos parados! Sempre tem um babaca para ir pelo acostamento, mas ele nunca vai muito longe, volta para massa de tartarugas ensolaradas. Alguns tem ar condicionado, mas com o preço do combustível, em dado momento, unem-se às tantas janelas escancaradas.
Diz um velho ditado, do tempo em que ele nem era necessário: ou aumentam-se as avenidas, ou diminuem-se os carros. E use filtro solar!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Freedom!

Mesmo com as loucuras do trânsito, não tenho palavras para descrever a sensação de liberdade que um carro proporciona! Liberdade de ir e vir, em sua essência!
Na semana em que assinamos o contrato, ficamos citando os lugares que poderíamos visitar, todos aqueles que não fomos por ser muito complicado para pessoas que dependem do transporte coletivo. Paramos de enumerar, eram muitos destinos para, no momento, pouco dinheiro.
Mas isso não nos tira a possibilidade de, ao longo da recuperação do saldo bancário, conhecermos todos os muito lugares que estão a nos esperar.

Ah, blog em rítmo de férias! =)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mafalda

Férias!!! E não é "de novo"...

As pessoas realmente não pensam antes de abrir a boca. Especialmente as que não tem experiência na área. Se, ao fazer uma prova composta por duas questões, além de 10 folhas em branco para escrever, houvesse 2h de prazo, qual seria a brilhante dedução? Que as questões, por serem complicadíssimas, precisariam de todo aquele tempo e espaço para serem solucionadas. Na verdade, se houvesse mais (dos dois), não seria desperdício.
Quando se tem 4 meses para ficar em casa - 6 meses, para algumas sortudas -, recebendo salário, é de se desconfiar... deve haver muito o que fazer! Entendam, licença gestação, definitivamente, não é férias! Muito antes pelo contrário, deveríamos ganhar hora extra, porque trabalhamos bem mais tempo que a habitual jornada de trabalho.
Então, retomando a raciocínio inicial, não estou saindo de férias "de novo", ou "já", como ouvi algumas vezes. Na realidade, sacrifiquei as minhas férias anteriores em prol da minha cria (e não me arrependo!), poderia ter saído barriguda em férias, bem menos malas para carregar. Mas um mês a menos de momentos e descobertas para curtir.
Tem gente que não entende.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos..."

Cresci em uma família de classe média. Bem média.
Tínhamos um Fusca 78, comprado de um amigo em uma hora de aperto, que ficou conosco por 21 anos; um apartamento de 2 quartos em um condomínio-pombal (comprado graças a sorte da minha tia, que ganhou na loteria), posteriormente trocado por uma casa tão furreca que compramos somente como terreno; estudamos alguns anos em escola particular, mas a maior parte na escola pública; quase nunca saíamos para comer fora; não fui pra Disney nos meus 15 anos... Medíocres.
Eis que em 1999 as coisas melhoraram. Reformamos a casa-terreno, o Fusca foi trocado por um Gol, entrei no cursinho pré-vestibular, veraneamos em uma casa decente, em uma praia decente. E seguiram melhorando. Em 2000 passei na UFRGS, tirei carteira de motorista... e aí pioraram.
Considerando a grande economia proporcionada por entrar em uma universidade pública, gratuita e de qualidade, eu ganharia um Uno como gratificação. Ganhei uma madrasta, péssima troca. Perdi o carro que andava, o que ganharia e muitas outras coisas não materiais. Andei de ônibus por 10 anos, fiz muito estágio, bico de verão, enquanto meu Uno era investido em outras poupanças (não sei se literalmente ou não).
Quando resolvemos juntar os trapos, sabíamos que começaríamos do zero. O casamento já deu o tom da nossa marcha: algumas contribuições, mas o gasto era do nosso bolso. Apartamento alugado, nada de carro, diversões baratas, tudo para tentar juntar uma grana. Crise dos 7 anos no relacionamento, muito bem resolvida e com chave de ouro: Helena. Depois disso compramos apartamento, maridão virou funcionário público, Helena nasceu cheia de saúde. Agora a cereja do bolo: nosso carango.
Pretendemos deixar bem mais do que nos foi deixado para os nossos, mas é muito bom bater no peito e poder dizer: EU CONSEGUI! Tu não me deu, mas eu busquei! Estou no meu apartamento, graduada e pós graduada, empregada, vou viajar no meu carro porque trabalhei e conquistei. Não ganhei de pai, nem de marido. Ninguém me tira (só a Caixa ou o Santander, mas isso é outra história...rs).
Um leve desabafo, para não perder a forma.
P.s.: quando digo "eu", incluo aí meu amor. Ele está no meu singular e no meu plural =)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Retrato da vida

"Mas quanto tempo! Não tinhas aparecido mais, andas muito ocupada? Bom te ver, vamos tentar nos encontrarmos mais, viu!?"
A vida passa rápido... E o engraçado é que a gente nem percebe, quando se dá por conta, já deixou as coisas para trás.
Um dia desses lembrei do meu blog, atirado às traças, pobre coitado. Ele é só a iluistração prática do que acontece na vida de quem tem marido+filho+carreira. As coisas vão sumindo, nem percebemos; lá se vai a manicure, a academia, os passeios, as postagens no blog...
Não reclamo de tudo que tenho, mas reconheço que, cada vez mais, tudo isso enche e preenche a nossa vida - em todos os sentidos.