quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ferinha

Não tenho a menor de ideia de quanto tempo este blog durará, mas se sobreviver até dona Bia aprender a ler, estou encrencada! Pode ser falta de organização, falta de tempo, duas filhas, dois empregos, o fato é que por aqui quase nada consta sobre a minha pequena. E há muito que se falar!
Desde a última escrita, além do aniversário de um aninho, muita coisa se passou. Beatriz só veio a reforçar minhas suspeitas: teimosa, muito brava e, para compensar, a criaturinha mais carinhosa e chameguenta do mundo.
Das peripécias não me lembro de todas, obviamente, até porque não foram poucas! E não coloquemos as culpas na suposta professora, pois fez coisas que a mana nunca, em quase quatro anos, fez: virar a cômoda, pular para fora do chiqueiro, escapar de toda e qualquer coisa que a prenda - desde muito cedo! - e por aí afora.
Parece que tudo gira em torno de afirmar as diferenças, pois embora a voz seja praticamente a mesma e o rosto esteja cada vez mais a se parecer, de resto tudo vai aos opostos. Beatriz ama todo e qualquer bicho, só se ressabia com Lênin, o cão gigante da vó Bebel; será daquelas que aparece com o cusco mais estropiado e pulguento da vizinhança, compartilhando da cara de abandono, quiçá com lágrimas em seus grandes olhos.
Personalidade não falta, brabeza também não. Na primeira vez que levou um tapinha na mão (puritanos de plantão, sem drama!), quando tentou girar o botão do fogão, devolveu de pronto, sem nem pensar. Com a irmã é a mesma coisa, não agradou lá vai um apertão, uma mordida ou, o clássico, uma série de tapas. Coisa que não se vê por aqui, tampouco a irmã costuma fazer com ela. Ainda tem o tal do NAUMMM... Personalidade, não adianta.
Por outro lado, se quiser melhorar o dia, dê um colo, peça um beijo ou um abraço. Agarra na gente, tal qual um macaquinho na sua mãe, entrelaça as pernas na cintura e abraça, como se nunca mais fosse largar. Dorme sozinha, desde sempre, mas ultimamente vira a poupança para cima e fica a dar-se tapinhas, ensinando como quer ser nanada. Fala pelos cotovelos, faz as mais lindas caras de surpresa, diz "ué!?" quando não entende algo e "mamãe" nas mais diferentes entonações. Briga com a mana o tempo todo, mas é só perdê-la de vista que sai com um "Enêeeenaaaa!!!!" para que qualquer um ouça a sua voz rouquinha.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

... E a gente vive junto, a gente se dá bem, não desejamos mal a quase ninguém...

Hoje acordei com um gostinho meio amargo de saudade. Fim de ano chegou, férias de verão... Não sei se não nos demos por conta antes, ou se negamos, mas o fato é que hoje - bem provavelmente e se Deus quiser! - vai ser o último plantão da minha Equipe.
Herdei o time quase que com a atual formação titular, mas tenho certeza que, nesses quase dois anos, mudamos um pouco de cara, ajustamos o nosso entrosamento, enfim, nos tornamos melhores. Chegamos no ponto de não precisar falar, de cada um saber para onde correr, de estar um passo a frente do problema; um momento de correria para depois ver dar tudo certo e sentir orgulho de ter feito o bem para duas ou mais pessoas.
Não estamos isentas de falhas, não somos perfeitas e nem sempre ficamos contentes com o que ouvimos. Houve dias de mal humor, de mágoa, de birra, de erro... Ouvimos as críticas - as construtivas, sinceras e feitas de forma civilizada - , muitas vezes não gostando do que nos estava sendo dito, mas nem por isso deixando de pensar no assunto e de tentar melhorar.
Passamos mais tempo juntas do que com a maioria dos nossos familiares, compartilhamos situações engraçadas, emprestamos o ombro para chorar, tivemos muitos e duros motivos para chorar, falamos, calamos, ouvimos, brincamos... Nos tornamos família, e isto foge ao entendimento de muitos.
Como família que somos, queremos o melhor para cada um de nós, por isto desejo que seja o nosso último plantão. Quero que todas nós consigamos tomar os novos rumos das nossas vidas, tão logo seja possível, pois é por isto que lutamos e é isto que merecemos!
Vocês moram no meu coração e podem ter certeza que foram a melhor equipe que eu tive! Imperfeitas, como qualquer ser humano, mas unidas, honestas e responsáveis como poucos. 
Chegou a hora de descobrirmos se estávamos certas, se vão lembrar do tempo "daquela Noite 2 do CO, aquela que tinha a Pati, a Aninha (Clarinha!?), a Marcinha Lindinha, a Márcia Mãe e a Heliane".

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

1

Um ano.
Quantas vezes pensei em te contar algo, em te convidar para tomar um caldo verde, em filar alguma entrada no São Pedro.
Sempre que mudo o cabelo, que buzino na frente da casa da mãe, que me acho gorda (tu dirias que estou magra), que me acho magra (tu dirias que estou "fortinha"), que a Bia resmunga num "rosnado", que folgo na segunda-feira... Muitos sempres na memória.
Sei que estás melhor que nós, mas meu coração não. 
Essa Neguinha aqui inventa muita moda, mas não achou um jeito de preencher esse vazio. Saudades eternas, Vô, ainda tínhamos muitas risadas para darmos juntos!
 
Neguinha

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Inveja ²

Pois bem, tempos atrás manifestei minha insatisfação em relação à minha forma (falta de forma, excesso de curvas, tanto faz) física, dizendo que a gestação era um atalho rumo aos tamanhos especias. Dito isto, houve quem, em uma certa rede social, até de infeliz me chamasse! Honra e felicidade defendidas, mas ideias mantidas.
Depois de ter problemas nas costas e em um dos joelhos, ambos médicos deram-me a mesma sentença: sedentarismo. Lá fui eu, consulta com a endocrinologista, reeducação alimentar e mais uma doutora a mandar-me aos exercícios. Vergonha na cara criada, dinheiro reservado, matrícula na academia.
Assim vou, três meses de pequenos passos. Comecei achando que iria duas vezes por semana para a malhação, mas, na semana seguinte, já estava a bater meu cartão por três ou quatro vezes. Fora o chocolate - e por ele eu corro mais! -, posso dizer que a academia é um grande vício.
Agora ando assim, a sorrir e a arrancar sorrisos, com a satisfação de ter várias roupas a escolher, de entrar em algumas que não me serviam há dois anos e de gostar um bocado do que vejo no espelho. Passeio com minhas filhas de cabeça erguida, sentindo-me a mãe-de-duas mais sarada do pedaço (mesmo que ainda não seja), não constrangida com uma barriga de ex-grávida.
Seis quilos e um manequim a menos, posso olhar para a sala de espera da escola com orgulho, mais sendo invejada do que invejando.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai?

Com certeza teria muito assunto melhor para escrever, mas algumas datas acabam por suscitar uma certa ira contra as ironias do destino.
Não entendo o motivo pelo qual um pai deixa de ser pai para ser marido. Penso, sendo mãe, que há espaço para as duas funções. Obviamente, depende do incentivo - ou, no mínimo, da "não sabotagem" - de quem está ao lado, da maturidade desta pessoa e do que ela sabe sobre amores e valores.
Falo de valores sentimentais, de caráter, de índole, valores esses que regem a importância que se dá ao dinheiro. Pois bem, trabalho e ganho a minha vida, e essa é a maneira mais fácil, não? Garantimos o que é nosso tendo o que é nosso, e não "gerenciando" - regulando, controlando, mesquinhando - o que não é fruto do teu suor.
O que é caro para ser gasto comigo, é pouco para ser jantado, almoçado ou investido na decoração serrana do seu lar. Coloco-me de sujeito, mas não falo de mim. Não recebo muita coisa que vem de graça há alguns anos, certamente as materiais tem bem menos importância, e já desisti de ambas.
Feliz dia dos reais pais. Parabéns para quem nunca deixou seus filhos de lado, para quem sempre soube separar os papéis, para quem nunca fez visitas ou doações de caridade escondidas. Parabéns para quem tem coragem de dizer "eu vou sozinho", ao invés de dizer "agora essa é a minha vida", "agora ela é a minha família", como se tudo e todos que antes importavam fossem simplesmente descartáveis.
Um dia já fiz parte da vida e da família.
Parabéns para quem realmente tem pai.

domingo, 25 de março de 2012

Inveja

A maternidade, melhor dizendo, a gestação traz as melhores, mais complexas e indescritíveis sensações que uma mulher pode ter, isso sem contar o maravilhoso resultado final, filhos que amamos tanto. Mas, como sempre, há no pé da página algumas cláusulas em letras miúdas, quase ilegíveis, que só entendemos depois que já não tem mais volta.
Afora algumas mulheres abençoadas - e invejadas e odiadas - que possuem o metabolismo de um coelho, tendências anorexígenas ou o lindo hábito de exercitar-se, gestação é um caminho largo, uma avenida de muitas pistas, rumo ao embagulhamento. É o passaporte para tornar-se uma frequentadora daquelas seções de roupas que antes olhávamos com ares de reprovação.
A conversa aqui é meramente estética, não me venham as puritanas de plantão discursarem sobre ônus e bônus, falo tão somente do meu e de muitos outros egos. Falo de barrigas chapadas, bumbuns arrebitados, seios que não prendem uma blusa e outras coisas que moram no nosso passado. No meu, ao menos.
Não me interessa se "estou-bem-para-quem-tem-dois-filhos". Não conheço mulher (sincera) no mundo que contente-se com essa esmola, meu parâmetro são as sobras: de contornos, de quilos e de roupas aposentadas.
A ideia não é chamar a atenção de homens, pois além de ter O meu, os demais são deveras sem critério, aí estão as muitas mulheres frutíferas que não me deixam mentir: são melancias, jacas e outras tantas de grande porte. Mulheres, elas são o parâmetro.
Saudades de fazer inveja, de ter crises de falsa modéstia e de ver narizes torcidos ao reclamar do peso, de uma suposta barriga ou qualquer outra queixa social, só para me colocar no assunto. Saudades de suscitar aquela duvida cruel, "como ela faz para ter esse corpo???", de me olhar no espelho com orgulho e de me sentir irresistível com determinada roupa.
E não venham me dizer que também não querem isto. Eu invejo quem tem!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

PLANTÃO MATERNO INFORMA:

Há indício de um início de rebelião no cercado verde, nos altos da Andaraí. Muitos objetos estão sendo projetados para fora, podendo atingir eventuais transeuntes que cruzem o local. A rebelde e autora dos disparos atende pelo condinome "Gordinha Safada" e, segundo sua irmã, já havia cometido outros delitos, como pegar a folha da mamãe, estragar o livro da ZaZanza, entre outros. A rebelde tem somente uma solicitação: MamãMamã...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Indignação, indigna, indigna, indignação!

Algumas coisas incomodam-me tanto nessa vida, que nem me presto a parar e escrever sobre elas. Pois bem, farei então uma exceção, pois há que se comentar sobre algo tão sério e perigoso.
Não bastasse a responsabilidade de carregar no ventre e parir, ainda sou eu a responsável pelas idas e vindas (automotivas) da família. Passeios pequenos, médios e grandes, lá vamos nós, dona Patrícia sempre ao volante! Não é de todo uma reclamação, gosto muito de dirigir, e, penso eu, o faço bem, mas sempre que saio tenho três vidas - as mais importantes do mundo - nas minhas mãos.
Melhor momento da viagem? Chegar a salvo. Melhor momento do retorno? Voltar a salvo. Exagero? Certamente não. Não ando só por essas estradas, e me parece que há um sem número de "pessoas" sem nada a perder, mas que não percebem que podem levar o que temos de mais valia.
O pior é que, tendo em vista as barbáries do trânsito, ainda morre pouca gente! Guerra, avião, tsunami... não, trânsito!
Ei, você que se acha um deus, que não dá sinal, ultrapassa onde não é permitido, cuida melhor da tua vida, não quero virar manchete de jornal.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Delícia

- Mãin, Mãin! Dá suco êssepo???
- Sim, filha... Tem que tomar o suco como?
- Dileitinho!
(Olhando bem séria pra dentro do copo)
- Mãin, que qué isso?
- Espuma, filha, espuma do suco.
- Hum, suco êssepo com supuma geladinho delícia!