sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sapos

Há 10 anos atrás meus pais se separaram, e muitas coisas se perderam nesse processo. Muitas materiais, mas são as imensuráveis as que mais fazem falta.
Não fui uma adolescente rebelde, mas era bem desaforada e sem papas na língua. Isso me foi de grande valia, pois conseguia expressar muito bem para o meu progenitor as minhas (e não só as minhas) opiniões sobre as suas escolhas e seu novo estilo de vida.
Veio a faculdade, a tal da UFRGS, cada um por si e (dependendo da causa) Deus por todos. Descobri que o Campus do Vale era muito longe, que tem professor na faculdade que não sabe ensinar e resolvi dizer isso na cara da "mestra". Me irritei com os CDF's na aula de anatomia, saí arrastando banco e pisando firme e ganhei uma aula quase exclusiva, juntamente com o título de "braba" conferido pelo professor.
Passei com C em anatomia, rodei na cadeira da professora ruim, fiz uma tatuagem, fui para a praia com as colegas e arrumei um namorado ciumento. Ciumento, doido e motoqueiro, conhecido também como "o motoqueiro maluco". Foi aí que a mudança começou. Deixei de falar tudo o que pensava.
Tenho saudades do tempo em que o caminho entre o meu cérebro e a minha boca era mais curto, de quando não ficava quieta ao invés de dizer o que se merece, de quando não trazia as respostas para casa para ficar remoendo-as no banho ou enquanto congelo os dedos lavando a louça. Era bem melhor simplesmente vomitar as respostas e fazer que não percebeu a cara de espanto do atingido, dizer que não quero que isso fique ali, que eu não concordo com o que tu pensa, que isso me irrita profundamente, que aquilo tem que ser de outra forma.
Hoje em dia sou a pessoa educada, a enfermeira legal, a parente que não discute... E por aí afora, enquanto engulo lagoas inteiras de sapos. Meu medo é que dê indigestão.
Ah, sim, quer saber se o que eu escrevi é para ti? Se não é, um dia foi. Mas não adianta me perguntar, sou educada demais para responder.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Já passou o disco voador!

Ora, ora, um adendo futebolístico...
Frase batida, mas não foi dessa vez. Não sei de quem foi a culpa, mas, seguindo na linha do plágio, ao menos perdemos para uma seleção melhor que a nossa.
Fico a pensar que a imprensa argentina terá de começar a procurar as tarjas pretas, para cobrir as vergonhas de Don Dieguito!