sábado, 17 de abril de 2010

Jornalistas da mamãe

Sempre gostei de escrever. Meu pai me disse uma vez que eu me expressava muito bem, comentário a respeito de uma missiva "pós separação" que havia destinado a ele. Nossa língua, porém, não estimula o amor pelas letras: é pouca regra e muita exceção!
Minha mãe, sócia fundadora do meu fã-clube, achava mesmo que eu deveria ter feito jornalismo, já imaginava-se comprando jornais com a minha coluna diária. Muito realista que sou, não pretendia morrer de fome, então fiz Enfermagem. Tampouco ficar rica, então fiz Enfermagem.
Eis que um dia resolvi fazer um Blog. Parecia-me mais simples a confecção e customização do dito cujo, afinal, está cheio de aborrecentes blogueiros por aí. Fiquei me sentindo uma adulta antiquada, mas consegui fazer o básico... Nascia minha coluna particular, não remunerada, mas sem editor para revisar ou censura da direita para vetar opiniões revolucionárias.
A mais original das ideias, pensava eu! Maravilha! Derramaria aqui todos os anos de criatividade armazenados na minha cabeça ou expostos a muito menos que os muitos leitores que me visitariam diariamente. Pessoas sobreviviam através de seus Blogs, era uma profissão: blogueira. Viver de contar ao mundo quantos cocos minha filha fez hoje, onde eu encontro boas roupas tamanho 50, o que achei do programa tal... isso para viver. Fácil, né?
Pois não sei se já observaram, mas na parte superior da tela existe um link, "próximo blog". Fui passando mundo por mundo, inúmeros infinitos particulares, entrando em algumas casas, me identificando com algumas famílias. O que descobri? Um sem fim de Marthas Medeiros e Davis Coimbras frustrados! Cronicas, textos, piadas, depoimentos, tudo no reconhecido estilo "isso-até-eu-escrevia" (frase dita ao jornal, quando lemos um texto alheio), comum a nós, escritores menos famosos.
Vê só, né, mãe realmente é tudo igual! Pelo visto a minha não era a única que sonhava ter uma filha jornalista =)

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