sábado, 26 de junho de 2010

Copa

Estava há horas (desde que a febre verde amarela da copa começou) para escrever o que se seguirá, mas não tinha conseguido formular a ideia toda. Acho que agora deu!
Não tenho absolutamente nada contra futebol. Pelo contrário, até gosto. Sei o que é impedimento, vejo jogos que não são do meu time, depois do advento do Cartola até de esquema tático passei a entender um pouco. Sei que Ganso e Pato são mais que dois bichos com penas, que o Adriano ainda não decidiu se quer imperar nas Américas ou na Europa. Enfim, não poderia ser cronista esportiva, mas não sou uma total alienada.
Massssssssssssss...
Sempre há um mas.
Sou enfermeira, e se tem algo que posso dizer é que a vida não para por nada nesse mundo. Não importa se é Carnaval, virada do Ano ou jogo do Brasil. As crianças continuam nascendo, inclusive às 8h30, 11h ou 15h30 (horário de Brasília) e nos 90min que se seguem. Não tem jogada de craque, falta para cartão vermelho ou prorrogação que mude tal fato. E também não importa se agora o horário das 8h30 não existe mais no calendário de jogos, isso não fará a menor diferença.
O que eu não consigo entender (porque dizer que não consigo admitir não adiantará nada) é porque um país inteiro precisa parar em função de um campeonato de futebol!!! É contra producente!!! Se há apagão e as empresas precisam parar, é prejuízo e culpa do governo (só desse, dos outros que não investiram nada ao longo dos anos não), mas se o assunto é copa, ninguém contabiliza o que se deixa de fazer. O negócio é achar bonito telão na rua e um monte de trabalhadores fazendo nada.
Falam em ser brasileiro, em ter orgulho do seu país... Só de 4 em 4 anos? Sou brasileira trabalhando todos os dias - ganhando em um ano menos do que muitos lá ganham em um dia-, não roubando nada de ninguém, não dando jeitinho, sendo honesta e tentando fazer a minha parte no mundo. Fico feliz quando vejo uma família nova nascendo, quando ouço uma criança chorando pela primeira vez, quando consigo ajudar alguém em momentos tão (realmente) importantes. Me indigno com mães irresponsáveis, profissionais inconsequentes, com quem perde a vida antes mesmo de tê-la.
Não vou torcer contra a seleção, crucificar o Dunga (mas que ele é cabeçudo, ah, isso ele é!) ou querer que o Maradona corra pelado em Buenos Aires, até porque isso não irá mudar a vida deles. Muito menos a minha.

2 comentários:

  1. não me parece que vás ver o maradona nuzinho como veio ao mundo a correr por buenos aires porque o brasil provavelmente ganha mesmo a coisa :)
    tens toda a razão no teu texto, eu própria n perco tempo com futebol (embora não tenha gostado de ver portugal a perder para a espanha), mas ainda assim penso que cada um encontra o seu cantinho de felicidade onde muito bem lhe apetece e se for no futebol, o problema é seu. suponhoque haverá outras coisas piores para afectar a produtividade de um país.
    beijinhos de Lisboa

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  2. Ora, Mena, não foram só os teus gajos que não fizeram por merecer, viste?
    Tá certo, minha primeira "crítica literária" real =)
    Beijos do além mar

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