terça-feira, 3 de novembro de 2015

Laços

Pertencemos a uma geração diferente de mulheres. Fomos ensinadas a buscar o que queremos, ir atrás dos nossos sonhos, metas, objetivos. Sempre almejando o melhor, buscando o aprimoramento, realização.
Profissional.
Mas... e o pessoal?
Por que é feio querer o mesmo quando o assunto é o coração?
Entrei para a estatística dos divórcios e comecei a enxergar melhor as relações. É fácil reconhecer quando falta algo, de fora é sempre mais fácil. Falta um bom bocado de coragem para mudar, outro tanto de comunicação no decorrer da vida, probleminhas que se tornam problemões, hoje distância, amanhã abismo.
Então, lá estamos: curso superior, pós graduação, emprego estável, casa, carro, filhos. E, um certo dia, do lado de um estranho. Relações não duram, não porque as pessoas são fúteis, não duram porque ninguém se dedica a ser bom o suficiente para manter seu posto. Porque endurecemos, nos fechamos, passamos a conversar menos com quem está ao nosso lado do que com os demais. Paramos com os cartões, bilhetinhos, fazemos pouco caso de quem "ainda" o faz.
Nos dedicamos muito a construir carreira, patrimônio; querer uma relação que nos complete o máximo possível não pode ser visto como sinal de leviandade. Não levanto bandeira feminista, até porque acho que deveria ser válido para os dois (ou mais) gêneros, mas há que se ter coragem de mudar. De buscar o melhor. Gostamos muito de avaliar a duração dos laços, mas por que não tentar mantê-los o mais apertado possível? 
E laço que não une, sufoca. Puxa, desamarra e deixa voar.

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